Painel de Azulejo do Largo da Memória (ilustrações)|
Vamos conversar sobre as histórias que as ilustrações do
Painel de Azulejos da Ladeira da Memória contam. Hoje manchadas e quase
apagadas, porque faz mais de 100 que o monumento suporta sol, chuva e
esquecimento no desviado Largo do Piques. Só escapou da última neve em S.Paulo
que – se o bando de Oswald de Andrade fala verdade - aconteceu em 25/jan/1918,.
Porém antes precisamos lembrar como surgiu.
Antes das Estradas de Ferro alcançarem S.Paulo, a porta de
entrada e saída da cidade para o interior era pelo Paredão dos Piques. Todo viajante
que arriscasse conhecer o Brasil profundo precisava passar por lá. Era também,
para quem nos visitava, a primeira panorâmica da vila. Talvez por causa da
vasta e vária frequentação do lugar, em 1814 – antes de Independência, ainda no
reinado de D. João VI - com sobras de materiais, resolveram construir ali um
chafariz e um obelisco. Nosso primeiro monumento público.
Com a facilidade do trem, a porta do castelo passou para a
região da Luz. A Ladeira da Memória virou rota da ligação pedonal entre o Centro
Velho e os bairros recentes e chiques. Em 1919, talvez por causa desta nova
função pedonal foi encomendada para Victor Dubugras – um dos pioneiros da
Arquitetura Moderna na América Latina -uma completa repaginação do lugar. Foi então
que nasceu o PAINEL DE AZULEJOS DO LARGO DA MEMÓRIA.
Devia ser um lugar agitado, cheio de notícias e novidades,
porque, vendo as ilustrações, sempre me deu vontade de passar um tempo por lá. [
Recortes detalhados do painel, estão publicados como comentários da postagem.
Veja abaixo. ]
Os riscos e a azulejaria foram feitos e concebidos por José
Wasth Rodrigues, um talentoso artista plástico, paralelo e contemporâneo da
Semana de Arte Moderna de 22. É considerado um dos nossos maiores azulejistas e
heraldistas, criador de brasões de várias cidades brasileiras, inclusive o
escudo da capital de S. Paulo (junto com Guilherme de Almeida), que pela
primeira vez foi usado numa obra pública exatamente neste monumento. (veja Det.
5, abaixo);
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Det. 1 – Compra e venda de mulas e burros entre os tropeiros.
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Det. 2 – Despedidas, encontros, chegadas e partidas de viajantes.
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Det. 5 – Primeiro uso oficial do Brasão de S.Paulo.