sábado, 30 de outubro de 2021

Painel de Azulejo do Largo da Memória (Histórias)


Painel de Azulejo do Largo da Memória (ilustrações)|

Vamos conversar sobre as histórias que as ilustrações do Painel de Azulejos da Ladeira da Memória contam. Hoje manchadas e quase apagadas, porque faz mais de 100 que o monumento suporta sol, chuva e esquecimento no desviado Largo do Piques. Só escapou da última neve em S.Paulo que – se o bando de Oswald de Andrade fala verdade - aconteceu em 25/jan/1918,. Porém antes precisamos lembrar como surgiu.

Antes das Estradas de Ferro alcançarem S.Paulo, a porta de entrada e saída da cidade para o interior era pelo Paredão dos Piques. Todo viajante que arriscasse conhecer o Brasil profundo precisava passar por lá. Era também, para quem nos visitava, a primeira panorâmica da vila. Talvez por causa da vasta e vária frequentação do lugar, em 1814 – antes de Independência, ainda no reinado de D. João VI - com sobras de materiais, resolveram construir ali um chafariz e um obelisco. Nosso primeiro monumento público.

Com a facilidade do trem, a porta do castelo passou para a região da Luz. A Ladeira da Memória virou rota da ligação pedonal entre o Centro Velho e os bairros recentes e chiques. Em 1919, talvez por causa desta nova função pedonal foi encomendada para Victor Dubugras – um dos pioneiros da Arquitetura Moderna na América Latina -uma completa repaginação do lugar. Foi então que nasceu o PAINEL DE AZULEJOS DO LARGO DA MEMÓRIA.

Devia ser um lugar agitado, cheio de notícias e novidades, porque, vendo as ilustrações, sempre me deu vontade de passar um tempo por lá. [ Recortes detalhados do painel, estão publicados como comentários da postagem. Veja abaixo. ]

Os riscos e a azulejaria foram feitos e concebidos por José Wasth Rodrigues, um talentoso artista plástico, paralelo e contemporâneo da Semana de Arte Moderna de 22. É considerado um dos nossos maiores azulejistas e heraldistas, criador de brasões de várias cidades brasileiras, inclusive o escudo da capital de S. Paulo (junto com Guilherme de Almeida), que pela primeira vez foi usado numa obra pública exatamente neste monumento. (veja Det. 5, abaixo);

 

# Det. 1 – Compra e venda de mulas e burros entre os tropeiros.



# Det. 2 – Despedidas, encontros, chegadas e partidas de viajantes.


# Det. 3 – Namoros, passeios e encontros em torno do chafariz.


# Det. 4 – Negociantes de escravos e mercadorias em geral.



# Det. 5 – Primeiro uso oficial do Brasão de S.Paulo.




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