Fui até Alcinópolis, no ‘Templo dos Pilares’, Mato Grosso do Sul, quase na divisa norte do estado. Precisava comtemplar as pinturas rupestres que nossos antepassados nos deixaram a 12.000 anos. Quando o homo sapiens explorava os cantos da América.
Os desenhos são estranhos, belos, cifrados e misteriosos. Primeiros
rabiscos da comunicação humana. Deixam a sensação de que, a qualquer momento, o
véu vai subir e vamos entender todas aquelas mensagens rabiscadas nas pedras.
De repente, dentro daquele novelo atemporal que me envolvia, duas
ideias me assaltaram.
A primeira conduzia às Cavernas de Platão, aos primeiros homens
encerrados num desvão escuro, que só conheciam o mundo pelas sombras, imagens
projetadas nas paredes de pedra.
A segunda, mais arrevesada, era uma interrogação. Tentava avaliar
o tamanho do salto entre uma saraivada de flechas e a fórmula de Einstein, ‘e=mc2’,
que, pretenciosa, tenta relacionar o Tempo – que inexorável nos arrasta – e toda
a matéria do universo.
Será que os homens das cavernas já engendravam esta soberba?