2018/set – Sul da Espanha
Entrando pelo Sul da Espanha, visitando os antigos templos e palácios deixados pelos quase mil anos de ocupação dos emirados e califados mouriscos, a surpresa vai conosco.
Córdoba, Sevilha, Granada e Málaga guardam muitas estranhezas. É interessante observar as sutilezas na utilização dos arcos e colunas na arquitetura árabe. Mais delgados, longilíneos, com tessituras inventivas e elegantes.
Os pilares parecem um mal necessário, estão reduzidos apenas a pontos de sustentação do vão humano. Apoios necessários para separar os emaranhados e intrincados céus muçulmanos do chão onde vivem os homens – repletos de espelhos d’água, defesa contra os desertos da memória.
Uma tessitura que enfatiza o inextrincável mistério do divino. São arcos lobulados, coloridos, variados, libertos e infinitamente recortados, uma forma nova e diferente de conversar com os Deuses.