quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
XADREZ A TRÊS
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
PREDINHO TESTEMUNHA
A A foto panorâmica foi tirada da torre da Igreja da Consolação, no início dos anos 50, quando o triângulo formado pelas Avenidas Ipiranga, Consolação e São Luís era o objeto de desejo de todas as construtoras.
Já
estavam prontos os grandes edifícios do lado ímpar da Av. São Luís, a
Biblioteca Mário de Andrade e o Novo Hotel Jaraguá (antigo Estadão). Contudo, o
cobiçado graal do miolo do triângulo permanecia praticamente vazio. Permanecia
ativa a saudosa e deliciosa Vila Normandia, obra do arquiteto Júlio de Abreu Junior
nos terrenos do Conde Sílvio Álvares Penteado.
Os
planos e projetos para ocupação do paraíso imobiliário estavam no fogo ardente
das negociações. Os edifícios Itália, Copan e o alto paredão de prédios
residenciais do lado par da São Luís (o Louvre por exemplo) logo brotariam para
verticalizar e transfigurar o triângulo.
Curioso,
entretanto, é que uma pequena e interessante construção, com exíguos térreo e
seis andares, já se emperiquitava premonitória no vasto terreno desocupado.
Humildemente não se declarava nem prédio nem edifício, apenas ‘CRUZEIRO’, no
número 355 da Rua Araújo.
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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
BENEDITO CALIXTO – CAPELA DO SANTÍSSIMO / CONSOLAÇÃO
Dentro da Igreja Nossa Senhora da Consolação – na Praça Roosevelt – do lado direito do altar, fica a Capela do Santíssimo Sacramento. A porta, sempre aberta, está debaixo do quadro 'Santa Ceia' de Oscar Pereira da Silva.
Pequena, tamanho de uma sala média, com vitrais voltados para um bosque. No fim da tarde a capela quando recebe o sol de revés, apesar de miúda, vira uma ‘catedral de silêncios eleitos’. Os vidros rutilam e as cores dos quadros acordam e se acendem esfuziantes; as horas se enroscam encantadas e passam devagar pelo relógio.
Devia ser verdade, porque várias cidades do interior paulista, importantes no ciclo do café, como Santos, Brotas, Bocaina, São Carlos e diversas outras, se orgulham de ter obras e afrescos pintados por ele nos suas igrejas e fazendas. Algumas delas criaram museus dedicados ao artista.
Benedito Calixto, como todo pintor que alcançou sucesso, quase sem alterações, repintava fartamente versões de seus quadros. Em consequência um par de quadros da Consolação, ‘A Caminho de Emaús’ e ‘A Ceia de Emaús’, têm diversas versões espalhadas pelo estado, Os outros quatro retratam santos mais exclusivos: São Tarcísio, São Tomás, Santa Clara e Santo Antonio de Pádua.
Muitos sites falam de um São Boaventura, contudo, parece que estão equivocados, o santo não está na capela, nem consta nas documentações acadêmicas das obras do autor.
Depois, na volta, dá para passar no Café Floresta no Copan, um dos três melhores de S. Paulo.
AS SEIS PINTURAS
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
SAUDADES DOS LIVROS LIDOS - Clarice Lispector
Muita vez, correndo os olhos pelas estantes das livrarias – ou dos amigos, passamos por territórios literários que já exploramos com prazer em longas leituras: Machado de Assis, Fernando Pessoa, Drummond, Dostoiévski, Hesse, Proust, Borges... Uma galáxia de saudades coruscantes. Estes olhares pervagantes são perigosos, porque atiçam e avivam um tipo muito peculiar de emoção: as 'saudades dos livros lidos'.
Infelizmente, mesmo os melhores livros, a gente só lê uma vez. Depois só é possível revisitar, relembrar ou matar saudades. Ler de verdade – com excitação, pressa, curiosidade e fôlego preso – só a primeira vez.
O mundo dos livros têm infinitas veredas, cada leitor cria seu próprio itinerário. Contudo o primeiro contato com um livro é sempre mágico: inesquecível e, infelizmente, irrecuperável.
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
As 32 Colunas da Sala São Paulo
DIMARCO, Ana Regina e ZEIN, Ruth Verde – Sala São Paulo de Concertos - Revitalização da Estação Júlia Prestes: O Projeto Arquitetônico / Arquiteto Nelson Dupré - São Paulo / 2001 - Editora Alter Market
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
terça-feira, 21 de outubro de 2014
Parque Savoia - Por Trás dos Portões
Já escrevi algumas vezes sobre esta intrigante construção no Blog Paulistando (http://www.paulistando.com.br/2013/03/parque-savoia-lugares-de-outra-sao-paulo.html). Especulava sobre seus mistérios e inventava moradores fictícios, poderia ser o esconderijo paulista para um remake do Sherlock Holmes. Nas minhas caminhadas, as vezes desviava para passar por lá, só para apreciar a fachada, atiçando a vontade de cruzar as grades de ferro e adentrar nos jardins e alamedas da ‘vila’ italiana.
No começo deste ano (2014), descobri que o proprietário, Sr. Salvatore Iungano, participava de alguns grupos do Facebook de que fazia parte, trocamos algumas mensagens e revelei meu desejo. Fui convidado a visitar o parque por dentro. Aceitei agradecido, em junho de 2014 atravessei os portões do paraíso escondido. Entre outras heranças tenho uma avó romana, fiquei siderado com a riqueza de Cultura e História ítalo-paulista guardada na vila.
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
Na Fila Com Marlene Dietrich
Fui ao CCBB - Centro Cultural Banco do Brasil ver a Retrospectiva da MARLENE – a diva alemã do cinema antigo. Planejava passar uma tarde curtindo a atriz indecifrável e desaparecida das TVs, mesmo nos canais a cabo regiamente pagos.
Entrei na fila e comecei a ler o programa da mostra. Na capa a foto da homenageada, obviamente em preto e branco – as cores dos estados da alma – com o inseparável cigarro, que, infinitas vezes, nas velhas películas envolvia seu rosto em volutas de deslumbramentos e mistérios.
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Prefácio - Sobre a Transcencência do Silêncio
Nathan Souza, Sobre a Transcendência do Silêncio, Belém-PA, Editora LiteraCidade, 2014(www.literacidade.com.br)
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
Livros, Sebos, Bibliotecas, E-Books...
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
7 CORES INVENTADAS
do espectro solar e tomado posse delas.
de suas pinturas não vêm de nenhum dos dois.
e conviviam diariamente.
sábado, 13 de setembro de 2014
terça-feira, 9 de setembro de 2014
Estações Júlio Prestes e Luz, Futuro Travado
O belo prédio da EMESP - Escola de Música do Estado de São Paulo - Tom Jobim (Largo Gen. Osório, 147), defronte a Sala São Paulo da OSESP.
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
CENAS DO CINEMA PAULISTA
Dois filmes emblemáticos do Cinema Paulista – que registrava este momento de mudança efervescente e de acelerada industrialização – terminam exatamente aqui: os clássicos São Paulo S/A (de Luís Sérgio Person) e Noite Vazia (de Walter Hugo Khouri).
No primeiro – São Paulo S/A – Walmor Chagas, um existencialista desencaixado, rouba um carro na praça-estacionamento e dirige sem parar fugindo da S. Paulo (que ficava grande demais) e procurando o sentido da vida.
No segundo – Noite Vazia – Mário Benvenutti e Gabriele Tinti, playboys entediados, depois de uma noite de transas, confrontações e revelações, no começo da manhã, deixam duas garotas de programa (Norma Bengell e Odete Lara) nesta praça deserta, surreal e semiabandonada. Depois voltam para suas vidas de burgueses, pacatas e bem comportadas.
Esta praça sempre foi uma esquisita zona de transição dentro de S.Paulo, porém no fim das tardes um Sol tépido, ofuscante e intrometido invade os apartamentos da muralha. Sempre foi, e continua sendo, um endereço procurado por artistas e intelectuais, por gente interessante e interessada.
Num desses edifícios – o mais baixo, a esquerda – funciona a Escola de Teatro da Prefeitura, e os térreos dos outros prédios acolhem os palcos experimentais e questionadores de cena do teatro paulista: Sátiros, Parlapatões e outros.
Todo mundo que morou ou estudou em S.Paulo frequentou a região, os bares, os teatros e, seguramente, o velho e saudoso Cine Bijou, para assistir filmes cabeça. cabeça.
segunda-feira, 25 de agosto de 2014
domingo, 24 de agosto de 2014
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
quinta-feira, 14 de agosto de 2014
Regras para Amar S.Paulo
domingo, 10 de agosto de 2014
terça-feira, 29 de julho de 2014
O Lado Ensolarado da Rua dos Ingleses
segunda-feira, 21 de julho de 2014
BIXIGA E AS DOBRAS DO TEMPO
O bairro, que dois séculos atrás – 1819, abrigou Saint-Hilaire, o mais simpático e otimista dos cronistas estrangeiros que visitaram S. Paulo, deve ficar dentro de uma sutil dobra do Tempo, do território mítico onde aconteceu a invenção do 'paulistano' típico. Um bolsão irreal costurado com agulhas mágicas e linhas esquisitas. Com limites indefinidos e geografia incerta.
É possível, por exemplo, fazer uma viagem no tempo na Avenida Brigadeiro Luis Antonio, número 1308 e encontrar dois sobradinhos vizinhos recém reformados.
Apesar das fronteiras móveis, o Bixiga ocupa um lugar privilegiado na geografia paulistana: no sentido norte-sul fica entre a Avenida Paulista e o Centro Velho; no sentido leste-oeste divide a Liberdade e Aclimação de Higienópolis e Cerqueira Cesar. Considerando o mapa e as facilidades de acesso, não existe melhor ponto para se morar, é perto de tudo, mas diferente de todos os outros lugares.
terça-feira, 8 de julho de 2014
Camadas do Anhangabaú
Depois as instigantes
grades de proteção do Viaduto Santa Efigênia, maravilha da refinada, porém
finada, arte da serralheria. Está entre os itens mais clicados da cidade, tema
de ensaios fotográficos de grandes artistas.
No meio a rendilhada estrutura
de aço do viaduto, admirada pela grandiosidade dos três longos arcos e pela
lógica e leveza do desenho. Fabricado na Bélgica, entre 1910 e 1913,
desembarcado no porto de Santos e transportado pela São Paulo Railway.
Embaixo as sapatas,
ou pilares, do viaduto, construídos por uma empresa alemã, para garantir a
sustentação, o equilíbrio e o nivelamento da vasta estrutura de aço. Cem anos
de garantia, vencidos em 2013.
Mais embaixo ainda o Rio Anhangabaú (‘rio do mau espírito’ / Teodoro Sampaio ou
‘água da face do diabo’ / Eduardo de Almeida Navarro) que, como os carros, amedrontava e ameaça a saúde da população. Por
isso, ambos – carros e córrego – agora jazem enterrados sob o imenso palco de
comemorações cívicas e manifestações políticas.
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segunda-feira, 30 de junho de 2014
Pereira Barreto - Um Monumento Escondido
Não é fácil, mas, quem for capaz de reprimir a raiva e ignorar o estrupício do Minhocão – essa feia cicatriz que deforma e estraga o rosto da cidade – poderá admirar este belíssimo conjunto de estátuas dedicado ao médico, cientista e empreendedor Luiz Pereira Barreto. As musas que o acompanham aludem à Medicina e à Agricultura, campos de atuação do homenageado. Ao lado do monumento tem um playground, onde brincam as crianças, antes chamadas de 'esperança do Brasil'. Quem dera?
Num dia de sol é suportável e até agradável a visita.
A obra de 1929 – que não combina com o Minhocão – foi concebida e esculpida por Galileo Emendabili, e está localizada na Praça Marechal Deodoro, no bairro de Santa Cecilia, não distante da Santa Casa de S. Paulo.
Jorge Amado, na panfletária e transversa trilogia ‘Os Subterrâneos da Liberdade’, fala da Praça Marechal Deodoro, de 1937, como um lugar bonito, elegante e romântico, onde casais se encontravam para namorar.
S. Paulo – com seu desmando imobiliário – não costuma preservar o ‘clima, o espírito e a personalidade’ dos lugares. Entretanto, nesta praça assassinada, talvez porque o transtorno do Minhocão afugentou novos lançamentos, o conjunto de prédios ao redor continua periclitante e miraculosamente mantido.
Se a prefeitura fizer alguma coisa, como por exemplo, enfiar o 'Minhocão' dentro de um tubo colorido e antirruído, como algumas cidades do oriente fazem com vias elevadas, a bela praça talvez tenha chance de ressuscitar.
Um detalhe intrigante e surpreendente, o conjunto estatuário não estava pichado!
terça-feira, 17 de junho de 2014
A Frágil Resistência das Casas

Será que um planeta com 8 bilhões de habitantes – e crescendo, que defende valores transversos e pouco racionais, consegue frear, organizar e direcionar o progresso? Podemos controlar a expansão das construções desgovernadas que avançam feito um rinoceronte cego derrubando tudo? O que fazer: incentivo oficial ou inação pública.
Primeiro, ou as casas antigas e os prédios históricos se transformam em itens ultra valorizados, objetos de desejo – como acontece em várias cidades do mundo – tonando-se curtidíssimo e refinado morar neles.
Segundo, ou teremos um futuro Matrix/Blade Runner: declaramos nossa falência e as máquinas (ou ganâncias) obtusas tomam conta de tudo, destruindo integral e obstinadamente toda a memorabilia humana.