quinta-feira, 24 de novembro de 2016
PIRATEANDO 2001 – Uma Odisseia Nerd
quinta-feira, 27 de outubro de 2016
HOTEL ESPLANADA – Sala de Visita da Paulícéia Desvairada
domingo, 28 de agosto de 2016
OS LIVROS QUE NOS PROCURAM
Parecia genial acontecer uma feira de livros exatamente naquela ruela seiscentista. Um dia encontrei uma oferta extraordinária numa das barracas:
terça-feira, 9 de agosto de 2016
A Casa e o Caso de Alfredo Volpi
Nesta
casa padrão, comum e camuflada – Rua Gama Cerqueira, 154 / Cambuci - Alfredo
Volpi morou, quase a vida toda. Para alguns um dos maiores pintores brasileiros.
Durante muitos anos foi seu atelier, de lá saíram milhares de obras primas
(entre 3 a 5 mil). Hoje imensamente valorizadas. Entretanto nenhuma placa
homenageia um dos mais ilustres, importantes e fies moradores do bairro.
Muitos
críticos, prêmios e estudos têm destacado e consagrado o
ítalo-paulistano como o mais criativo e revolucionário pintor nacional. Na
Bienal de 1953/54, aquela que exibiu Guernica por meses (um raríssimo privilégio mundial) e mudou a geografia da
Arte no Brasil, a indicação de melhor artista foi dividida entre Volpi e Di
Cavalcanti.
Existe
uma história neste ‘empate’. Na contagem inicial a votação apontou 8 a 1 para
Di Cavalcante, Contudo e entretanto o solitário voto contrário era de Herbert
Read – a sumidade internacional especialmente convidada. Então a eleição
(previamente combinada, conforme especula Décio Pignatari), teve que ser
reformada para um empate. Os 'modernistas' nunca engoliram direito esta nova
matemática.
Curioso e previsível o percurso de Volpi. Começou como pintor de parede e decorador das mansões
paulistas. Em 1912 cometeu suas primeiras telas; em 1940 integrou o Grupo Santa
Helena; só em 1953/54, quando premiado pela 2ª Bienal, virou figura nacional.
No
princípio era um paisagista naïf, pintou marinhas, casarios, fachadas e barcos.
No meio disso eclodiram as bandeirinhas, que viraram sua marca registrada.
Através delas tornou-se um mestre colorista e um refinado abstrato e parônimo.
Coincidência
intrigante, as bandeirinhas são contemporâneas da Copa do Mundo, Bossa Nova e
Cinema Novo. Nosso apogeu estético e cultural mundial. O milagre que permitiu ao Brasil
ousar de um jeito diferente e inesperado, inventando fórmulas inusitadas, de
resolver as eternas e inextrincáveis equações da Arte e do Esporte.
Contudo
o ‘ingênuo’ Volpi foi muito mais além na ousadia, surfando na onda da guerra
fria inventou a sofisticada e engajada série ‘Ogivas’, que dialoga com a
possibilidade do colapso atômico, o perigo do Armagedom. Ou seja, pensou no mesmo
horizonte de eventos dos outros grandes movimentos artísticos mundiais da
época.
segunda-feira, 1 de agosto de 2016
7 MESTRES BRASILEIROS
ALMEIDA JUNIOR
quarta-feira, 27 de julho de 2016
OSCAR NIEMEYER PASSOU POR AQUI
Colaborou também, não se sabe direito quanto, na construção de dois ou três outros edifícios na cidade.
Infelizmente não deixou nada grande na Avenida Paulista. Talvez por isso, quando olhamos para Conjunto Nacional sentimos falta de curvas e fantasia.
quarta-feira, 13 de julho de 2016
quarta-feira, 29 de junho de 2016
Coluna Testemunha do Colégio Sion
São ao todo 28 colunas, 27 delas absolutamente iguais, cobertas por reboco e pintadas de amarelo. Uma delas, porém – a sexta da esquerda, ou a vigésima terceira da direta – é de tijolos aparentes, num arranjo artístico. Logo, diferente de todas as outras.
A explicação mais óbvia é que se trata de um registro testemunho de uma antiga versão do muro. Preservada para ilustração das pretéritas reedificações ou expansões havidas.
Mas será apenas isso? Para leitores de Dan (Código Da Vinci) Brown, como eu, o prosaico é sempre suspeito. Quem dera fosse o indício, pista de um mistério intricado, uma daquelas e lendas semiverdadeiras que envolvem os fundamentos da história mítica da cidade.
A coluna singular é um belo exemplo de alvenaria antiga, tijolos assentados com engenho e arte, sugerindo ideias, inventando formas. Uma arte infelizmente em processo de esquecimento, como a serralheria, a marcenaria fina e outras.
Alguém arrisca um palpite? Uma tese cabalística?
Os números (se contei certo) são 28 colunas. Nesta ordem, sentido Pacaembu: 5 / 1(a coluna suspeita) / 22.
Algum segredo dorme debaixo dela?
Sempre que posso adiro à lenda.
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Agradecimento.
Gostaria muitíssimo de compartilhar a foto postada por Martin Jayo na minha timeline do Facebook. Um antigo cartão postal mostrando o muro do Colégio Sion de tijolos aparentes. Comprovando assim que a coluna isolada é mesmo um monumento testemunho do estilo da versão pretérita da construção.
"Martin Jayo Parece ser mesmo um testemunho de versões anteriores do muro."
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Novo Agradecimento.
A Arnaldo Bruno que apontou as semelhanças entre o antiga coluna do Colégio Sion e os muros que ainda hoje cercam a Santa Casa de Misericórdia, também em Higienópolis.
[...]
quarta-feira, 15 de junho de 2016
Os Clássicos – Borges Pessoa Machado
Também sugere que um livro se torna um clássico não pelas suas qualidades literárias intrínsecas, mas pela reverência com que é lido e cultuado por um determinado povo.
É interessante pensar aonde cada um desses livros levaria o Brasil.
Outras postagens relacionadas:
Perfumes Do Machado
Carta de Ricardo Reis para Mário de Andrade
sexta-feira, 10 de junho de 2016
Sobrados da Rua Maria José / Bixiga
Surpreendido com a diferença, resolvi publicar as duas imagens lado a lado. Antes, envergonhado com a obscena fiação exposta do Bixiga, uma catástrofe pendurada, retirei estes artefatos indesejados da foto mais recente.
quarta-feira, 20 de abril de 2016
ANJO DO CASTELINHO DA RUA APA
O imbróglio eclodiu em 12 de maio de 1937, uma quarta feira. Convocada, a polícia encontrou três cadáveres num palacete com torrinha na Avenida São João. A mãe (Maria Cândida Guimarães dos Reis, 73) – a vítima maior - mais dois filhos (Álvaro Cézar dos Reis, 45, e Armando Cézar dos Reis, 43). Conclui-se por assassinato duplo e suicídio, apesar das incongruências na dúbia cena dos crimes.
Naquele momento a cidade, empoderada pela industrialização, surfava numa enorme onda de crescimento. O morticínio aconteceu na região mais sofisticada de S.Paulo, os Campos Elísios, e envolvia a nata da elite bandeirante. Álvaro, o playboy, vítima ou assassino múltiplo, era um ‘sportman’ celebrado, dono de cinema, exímio e conhecido patinador e proprietário da primeira moto ‘Indian’ que estridulou pelas avenidas da paulicéia desvairante.
Talvez seja nosso mistério preferido porque deixou um castelo abandonando e em ruínas, carregado de persistentes relatos de fantasmas vagantes e intranquilos reivindicando justiça. Virou um alfinete magenta-piscante enterrado no mapa da cidade.
O Castelinho – enfim e aleluia - foi restaurado. Era a intervenção mais reclamada e exigida em todos os grupos e sites que cuidam da memória de Sampaulo.
Entretanto, o ponto mais extraordinário dessa história, a estrela de maior grandeza dessa galáxia de versões, enigmas e lendas que se expande vertiginosamente em torno do crime pela Internet, é o “Anjo do Castelinho da Rua Apa”. Uma personagem menor, comprimária nessa ópera sangrenta. Talvez seja imprescindível destacar alguma coisa radiante – além do bem e do mal - para contrastar essa desgraça tão cheia de desamor.
‘Baby’ – a Dona Maria Cândida da Cunha Bueno, namorada de Álvaro, o playboy, que foi apontado pela polícia como homicida e suicida. Era uma destas mulheres excepcionais, capazes de parir as virtudes do mundo.
Escassamente fotografada, Baby, da alta burguesia paulista, era uma libertária intrépida e prematura. Atropelava todas as convenções conservadoras da época. ‘Separada’ do marido, quando isso era proibido por Deus e pelos homens, por dez anos 'ficou’ junto com o namorado, quando esta expressão ainda nem tinha sido inventada.
Contudo, o mais espantoso da saga, foi sua absoluta fidelidade ao amado morto. Sempre defendeu a inocência do parceiro, afirmava o que o matador era o irmão mais novo, Armando, o moço 'sério, mas de espírito maligno'.
E não para aí, o mais bonito desse drama insólito é que Dona Maria Cândida da Cunha Bueno, a perpétua Baby, que viveu quase reclusa por 51 anos, tinha uma missão sagrada – desde o crime em 1937, até sua morte em 1988, com 97 anos – todo mês, dia 12, para prantear a morte do parceiro querido, levara flores no túmulo do amante, no Cemitério da Consolação.
Mais ainda, depois de morta deixou parentes encarregados desta obrigação e prova de amor, que, garantem, ainda é cumprida até hoje.
Em 07/abril/17 na reinauguração do Castelinho da Rua Apa, Andreia Venturoso afilhada de Dona Baby comentou duas vezes esta publicação e colocou uma fotografia rara da 'Anja do Castelinho'.
Andreia Venturoso Essa história é verdadeira e dona Baby é minha madrinha de batismo, me comove sempre em lembrar, ela faleceu em 1988 com 97 anos
Andreia Venturoso Essa foto é do meu batizado em 1971! Madrinha Baby a esquerda
domingo, 27 de março de 2016
GAVETA DE SONETOS
|| 1,2... infinito ||
Os Teóricos Quânticos,
Alquimistas de conceitos e assombros,
afirmam que déjà-vu’s
são hiatos entre universos paralelos.
Espantosos como uma equação
cuja soma de muitos nadas
resultasse em tudos.
sexta-feira, 18 de março de 2016
terça-feira, 15 de março de 2016
Perfumes do Machado
Nunca parei, não sei se já me tornei adulto, mas ainda passeio regularmente pelas obras completas do nosso gênio da raça. Em especial pelos seus cinco grandes romances. Sempre estou relendo algum deles. De repente – enquanto revisitava Dom Casmurro – fui tentado pela ideia de um conto. Durante a escritura o projeto evoluiu para uma proposta mais ambiciosa: cinco noveletas curtas recontando as maiores obras do Bruxo.
Desse desatino, homenagem e diversão resultou o livro 'Perfumes do Machado’.
A temerária aventura de retomar as principais histórias de Machado virou um repto com regras rígidas. Os acontecimentos seriam transferidos para S. Paulo, contudo os temas principais (como os percebia) e os inventivos esquemas narrativos do mestre deveriam ser preservados e obedecidos.
Assim, “Dom Casmurro, in pectore” gira em torno de uma dúvida jamais elucidada. “Quincas Borba IV” conta uma paixão pós 68 atropelada pela ingenuidade política. “mpbc.com” é uma decifração do sentido da vida revelada por emails enviados por um morto. “Isaú+Jacó” e “‘Memory All’ de Aires” estão interligados, têm o mesmo narrador. O primeiro acompanha a trajetória dos gêmeos que vivem o mesmo destino, porém em dois momentos diferentes. O segundo segue as tribulações de uma ‘viúva’, com nome de ópera, que tenta superar os desacertos com o antigo parceiro.
Foi muito bom jogar este jogo e tramar situações inusitadas para recontar as incríveis criações do nosso escriba maior, talvez interessantes, mas, indubitavelmente, sem o mesmo brilho.
Douglas Bock
segunda-feira, 14 de março de 2016
OS PASSEIOS DAS MUSAS IMPASSÍVEIS
O emaranhado de lendas que cerca a musa de pedra, com alma de moça séria, é uma mistura de tudo: fofocas, mistérios, dúvidas, palpites. Têm batalhas literárias; morte misteriosa; extremos de fidelidade conjugal; um antigo amor secreto e provas de amizade inquebrantável. Existe até um filme, bonito e bissexto, sobre TOC - Transtorno Obsessivo-Compulsivo, que rouba o nome e homenageia a escultura.
A origem desse universo em expansão é um lindo par de poemas: ‘Musa Impassível’. Sonetos de Francisca Júlia publicados no livro ‘Mármores’ de 1895 (leia abaixo). Foi a partir destes versos que Brecheret concebeu sua musa, em mármore, como sugeria o título do livro.
Francisca Júlia César da Silva Münster viveu 49 anos, de 1871 a 1920 e é considerada a maior poetisa de sua época. Alguns críticos argumentam que o masculino trio de ouro parnasiano (Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira) deveria virar um quarteto misto e incluir Francisca Júlia. A qualidade de seus poemas publicados (60 ±) justifica esta pretensão.
A vida da autora do par de sonetos ‘Musa Impassível’ não é simples, está repleta de tribulações e gestos peremptórios. Falam da fuga de um amor truncado em Cabreúva; da mudança para S. Paulo – Guaianases; de seu exigente rigor artístico; de um casamento por amor sincero com um telegrafista da E. F. Central do Brasil; da solidariedade na doença terminal do marido; da imensa fidelidade conjugal; da recusa a assumir uma cadeira na fundação da Academia Paulista de Letras (condicionou a aceitação à entrada do irmão e parceiro – Jose Cesar da Silva – também poeta). Muitos ouviram a esposa amorosa afirmar que “jamais poria o véu de viúva”. Cumpriu a promessa, foi enterrada um dia depois do marido, acrescentando um possível suicídio ao ciclo de lendas.
Quanto as esculturas, a primeira, a versão em mármore, esculpida por Victor Brecheret, entre 1921 e 23, está exposta na Pinacoteca. A segunda, a cópia em bronze, moldada pelo Liceu de Artes e Ofícios em 2007, enfeita o túmulo da poetisa no Cemitério do Araçá. Ambas as versões são visitáveis. Brecheret conseguiu captar com precisão a entidade evocada pelo poema, que parece representar o alter ego da poetisa, belíssima, altiva e distante.
Plasticamente a figura é estranha, ambígua e desconcertante. Da cintura para baixo mostra uma mulher majestosa e sensual, os véus e drapejados mal conseguem esconder as excitantes formas femininas. O torso, porém, remete a deusa-mãe interditada e a amante ressonhada. Sobretudo por causa dos túmidos seios rompantes e do rosto austero, porém dócil e benevolente. Existe um vão infinito separando estes dois recortes. Um abismo intransponível – intrinsecamente parnasiano – que contrapõe os desejos primitivos à serena busca de sabedoria e elevação.
A musa de mármore ficou 83 anos (de 1923 a 2006) ao relento velando o túmulo de Francisca Júlia no Cemitério do Araçá. Impassível, esquecida e desprestigiada. Aliás, como a obra da poetisa, degredada pela revolução artística proposta pela Semana de Arte Moderna.
Aí aconteceu uma dessas coisas que às vezes evidencia a resiliência do velho espírito paulista e bandeirante. Em 2006, Sandra Brecheret, filha do escultor, resgatou a belíssima obra do pai e começou a promover a recuperação da estátua. Foi montada uma ampla operação multidisciplinar de restauração. (Ver fotos da mudança na SP Antigo - http://www.saopauloantiga.com.br/a-historia-da-musa-impassivel/). A musa, remoçada e renovada, foi abrigada das intempéries num dos pátios da Pinacoteca. Hoje, talvez seja a principal anfitriã daquela instituição.
No túmulo da poetisa – a verdadeira e perene 'Musa Impassível' – foi colocada uma cópia em bronze, mais resistente ao tempo, capaz de enfrentar melhor o avanço da História, exibindo e guardando para o futuro as verdes manchas das saudades.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
GRAFITES INVADER – Veja Antes Que Acabe
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
AMORES DEPOIS DOS 50 - 'Betibú
A expectativa de vida (no Brasil) é de 75 anos, e crescendo. A quantidade de homens e mulheres bonitos e saudáveis, com mais de 50 anos, sem relacionamentos ‘sérios / explÍcitos’ – difícil encontrar a palavra certa - é imensa, talvez maior do que o contingente de jovens.
Vejo multidões de pessoas, intelectualmente ativas, esbanjando bom gosto e sabedoria, correndo, malhando e fazendo regime para se manter saudável. Contudo, infelizmente, ainda amarradas – emocional, sentimental e sexualmente nos quadros de referências da juventude delas próprias, anos 60/70. Naqueles tempos um cinquentão já se era irreversivelmente velho. Hoje isso é apenas o início da outra metade da vida. Quem sabe a melhor parte.
Será que estamos todos desiludidos e desgostosos, fadados a consumir histórias de sonhos e valores juvenis. Tesões reciclados, permitidos apenas se relembrados?
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
SERÁ QUE O MINHOÇÃO TEM JEITO?
quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
Considerações Vadias
Durante minhas caminhadas diárias, de 90 minutos, ouço podcasts, viciado pelos meus filhos. Normalmente escolho Cultura Pop, Cinema ou Literatura.