terça-feira, 29 de julho de 2014
O Lado Ensolarado da Rua dos Ingleses
segunda-feira, 21 de julho de 2014
BIXIGA E AS DOBRAS DO TEMPO
Suas ruas antigas guardam com zelo e carinho as sementes de todas as 'paulistanices'. Adoniram e a miscigenação permanente dos migrantes e nativos. Os antiquários; a casa que acolheu as loucuras e insanidades de Dona Yayá. Além dos teatros antigos e resilientes.
O bairro que – dois séculos atrás (1819) - acolheu e abrigou Saint-Hilaire, o mais simpático e otimista dos cronistas estrangeiros que visitaram S. Paulo, deve ficar dentro de uma sutil dobra do Tempo. Dentro deste território mítico aconteceu a invenção do 'paulistano' típico. Um bolsão irreal costurado com agulhas mágicas e linhas esquisitas. Com limites indefinidos e geografia incerta.
É possível, por exemplo, fazer uma viagem no tempo na Avenida Brigadeiro Luis Antonio, número 1308 e encontrar dois sobradinhos vizinhos recém reformados.
Como tem fronteiras móveis o Bixiga ocupa um lugar privilegiado na geografia paulistana. No sentido norte-sul fica entre a Avenida Paulista e o Centro Velho. No sentido leste-oeste divide a Liberdade e Aclimação de Higienópolis e Cerqueira Cesar. Considerando o mapa e as facilidades de acesso, não existe melhor ponto para se morar, é perto de tudo, mas diferente de todos os outros lugares.
terça-feira, 8 de julho de 2014
O Longo Viaduto Santa Efigênia
O via é enfeitada pelos postes de iluminação de S.Paulo, um orgulho paulistano, que as lendas dizem ser um dos mais belos do mundo. Entre os cenários mais clicados da cidade, tema de ensaios fotográficos de grandes artistas, por causa das instigantes grades de proteção do viaduto.
Inabalável, suportando tudo, resiste a multe encaixada estrutura de aço
do viaduto, admirada pela grandiosidade dos três longos arcos e pela lógica e
leveza do desenho. Fabricado na Bélgica, entre 1910 e 1913, desembarcado no
porto de Santos e transportado pela São Paulo Railway.
Embaixo, tocando o chão, ficam as sapatas, os firmes pilares de toda a obra
de arte, construídos por uma empresa alemã para garantir a sustentação, equilíbrio
e nivelamento perfeito da vasta estrutura de aço. Cem anos de garantia,
vencidos em 2013.
Embaixo de tudo, silente e invisível, corre o Rio Anhangabaú (‘rio
do mau espírito’ / Teodoro Sampaio ou ‘água da face do diabo’ / Eduardo de Almeida
Navarro) que, como os automoveis, amedrontava e ameaça a saúde da população.
Por isso, ambos – carros e córrego – agora jazem enterrados sob o imenso palco
das comemorações cívicas e manifestações políticas.