2014/abr/02 – Nara / Japão
terça-feira, 29 de junho de 2021
2014/abr/02 – Nara / Japão – Templo Todaiji
sábado, 26 de junho de 2021
2016/set/30 – Provence - Meu Amigo Francês
2016/set/30 – Provence
Picasso gostava de brincar que era dono do Monte Sainte-Victoire, aquela montanha que Cézanne pintou umas 80 vezes.
Era verdade, ficava praticamente no quintal do pintor, me garantiu
o ‘Nando da Cuíca’, um guia/jardineiro/paisagista francês dono de um barraco no
morro de São Conrado, que alugava pelo ‘airbnb’. Todo ano passava as férias no
Rio, para aprimorar sua arte e se exibir tocando Bossa Nova nas noites de Provence.
Durante umas férias em grupo no Sul da França contratava o Nando
como motorista-cicerone. Tinha sido moleque e adolescente naquela região, sabia
todos os atalhos, principalmente os proibidos.
Me levou para visitar o Castelo de Picasso, entramos pelos
fundos. Porém o mais importante não foi isso, ganhei dois cursos de graça.
Primeiro, degustar todas as variedades de uvas francesas,
escondidos, apanhadas dos pés, no fundo dos vinhedos.
Segundo, aprendi tudo sobre trufas, inclusive – e mais importante
– o segredo dos carvalhos que dão essas pérolas vegetais, o que não é nem simples
nem trivial.
terça-feira, 22 de junho de 2021
2004/set/23 – Bolivia - Salar de Uyuni
2004/set/23 – Salar de Uyuni
Dos lugares fora da realidade em que já estive, nenhum é mais estranho e isolado do que o Salar de Uyuni. Parece que está guardado dentro do punho fechado do Tempo.
Levamos sete horas para atravessa-lo. Um Jeep e mais nada. Azul e branco. Só céu e sal. Silêncio e salsugem suspensa no ar, calmante, entorpecente e revigorante.
No meio dele resiste uma porção do prosaico, a Ilha do
Pescado – terra escura, arenosa e cactos imensos. Curioso o contraste, serve
para nos lembrar como o mínimo pode ser belo,
Para guardar esta lembrança sempre comigo, temperei minha
comida com sal colhido do chão.
quarta-feira, 16 de junho de 2021
2018/set/07 – Anacapri/Itália - Escadaria Fenícia
2018/set/07 – Escadaria Fenícia
Na Ilha de Capri desci a Escada Fenícia, de Anacapri até o porto, 961 lances. Degraus altos, daqueles que exigem esforço, doem os joelhos, repuxam as costas, mas a vista compensa. Melhor tentar fazer a jornada a tarde, com brisa e sombra.
Na Ilha de Capri desci a Escada Fenícia, de Anacapri até o
porto, 961 lances. Degraus altos, daqueles que exigem esforço, doem nos
joelhos, repuxam as costas, mas a vista compensa. Melhor tentar fazer a jornada a tarde, com brisa e sombra.
Minha vida passou correndo por mim, em várias idades, garotas
e garotos lépidos subindo as escadas. Os adolescentes mais espadaúdos se exibiam vencendo dois degraus de cada vez.
Me conformei pensando nos Fenícios, presuntivos construtores da escada. Estão em todas as costas continentais, em todas as ilhas daquele imenso mar interior, omnipresentes. Então me ocorreu uma ideia fantástica, assustadora e maravilhosa.
Será que não foram eles - os Fenícios - que aterraram o Estreito de Gilbratar e inventaram o Mar Mediterrâneo.
Eu acredito.