CARLOS MELO - 'Contos do Tempo emaranhado'
O Professor Carlos Melo é um excelente Cientista Político, ponderado
e rutilante. Docente e Pesquisador do Insper, mantém um blog na UOL e conversa
todo sábado (A Semana Política) com Pétrea Chaves na CBN, entre outras coisas.
Também é meu amigo fraterno desde a juventude, nossas horas de papos parecem um
bolsão de eternidades. Enviei para ele meu último livro, 'Contos do Tempo
Emaranhado', a resposta que recebi merece – exige – ser compartilhada, por dois
motivos: a expansão do sentido do conto e o faiscante diamante bruto que ele exumou
da cultura (dita) polpular para parafrasear o conto 'Paraíso Reconquistado'.
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Salve, Douglas.
Vida longa, saúde e alegria. abs.
Toda mulher se
pergunta se, após tantos anos, seu marido ainda é o parceiro perfeito.
Igualmente, todo o homem também se indaga. Haveria até um tétrico
aprofundamento a essa angústia, a esse enigma: será que algum dia esse homem —
ou essa mulher — chegou mesmo a ser um(a) parceiro(a) perfeito(a)?
Provavelmente, não. No fundo, não. Como já disse alguma canção brega, é “um
mundo onde o perfeito não tem vida” — lembro-me, agora, quem o disse foi Barros
de Alencar, na sua clássica (e breguíssima) “O Fruto do Nosso Amor”. Mas, na
idealização de quem olha para o passado ou para o futuro de uma vida, a questão
de Sissa Edo Dahcam persiste: “meu marido (minha mulher) ainda é o parceiro
perfeito?”. Não há deste lado da vida — e nem do outro — alguém com a sinceridade
fria capaz de responder, com a coragem brutal de simplesmente dizer: “não”.
Principalmente, quando o tempo de faze-lo, de algum modo passou! O tempo passa
apenas para que justifiquemos nossas escolhas. Meu amigo, só li este, por
enquanto. Morri de boa inveja. Queira deus que este não seja seu auge.
Mantendo-se assim, realiza desse modo vários dos sonhos que tivemos em
juventude. Morto da boa inveja, te digo — não com despeito, mas com orgulho do
amigo e de também o ser —, “quando crescer, quero tangenciar essa grandeza”.
Bravo. Parabéns.
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