Tibiriça morava onde é o Mosteiro de São Bento, protegia o Norte, e, pelas curvas que endireitam a vida, acabou membro da Ordem de Cristo, um Cavaleiro Templário português de tanga e cocar.
Caiubi vivia no alto da Tabatinguera (a rua dos frascos e fragrâncias), vigiava o Leste, mas gostava de perambular pelo Itaim, Santo Amaro e Ibirapuera.
Piquerobi não morava em lugar nenhum e não protegia nada. Devia ser o mais novo, era o guerreiro rebelde da família. Não aprovava os costumes dos brancos e se mantinha longe deles. Em 1560 brigou feio com os irmãos e fugiu sorrateiramente, no oco da noite, levando seu bando inteiro com ele.
Os jesuítas mandaram Anchieta, o padre andarilho, procurar a tribo perdida. O moço tinha tino e lábia, encontrou os índios transviados lá pelos lados de Guarulhos, perto de Cumbica, lugar de nuvem baixa, que ainda não recebia avião. A região se chamava Ururaí e ficava numa belíssima curva do Rio Tiete. O padre pacificou os índios e também gostou da posição estratégica da aldeia, decidiu construir uma capela dedicada a São Miguel, o arcanjo guerreiro que vence o Mal. Reedificada em 1622, é a igreja (construção/edifico) mais velha do Estado.
O padre (ainda não autorizado a fazer milagres) não conseguiu reunificar as tribos, os dissidentes resolveram ficar por lá mesmo. Quando irmãos (ou cunhados?) se desentendem, é melhor cada um morar em sua própria casa.
Briga de família nunca termina. Dois anos depois da cisão, em 9 de julho de 1562, Jaguaranho (Onça Feroz / Cão Bravo) o filho de Piquerobi, e sob seu comando, atacou e sitiou S. Paulo por dois dias (o famoso Cerco de Piratininga). Alguns autores dizem que Jaguaranho foi morto pelo tio, Tibiriça, com uma espada de madeira, quando forcejava a porta da Capela do Pátio do Colégio.
Também contam que Tibiriça, antes do ataque, revelou a ameaça para o Padre Anchieta durante uma confissão. O jesuíta – hoje São José de Anchieta - quebrou o segredo do confessionário para alertar os brancos e pedir ajuda para João Ramalho.
Mais drama ainda, a resistência das mulheres foi comandada por Antônia Rodrigues, casada com um degredado lusitano, era irmã de Jaguaranho e filha de Piquerobi.
Uma escura e sangrenta história familiar, merecia um morubixaba 'Shakespirobi' para levar a tragédia para o palco.
QUANTA IGNORÂNCIA! NA VERDADE O CLÃ GUAYANÃ ERA FORMADO DE QUATRO CACIQUES, ORIGINALMENTE TEBERI ESSÁ (ESSÁ QUER DIZER OLHO, VISÃO E ERA ASSIM CHAMADO POR QUE ERA O FILHO MAIS VELHO).
ResponderExcluirKAIOBY SIGNIFICA MATA E RIOS AZUL TURQUESA FOI O CHEFE DO ESCAMBO NAS MARGENS DO RIO GUARAPIRANGA EM JURUBATIBA (ZONA SUL DE SÃO PAULO), PIKEROBY ERA O TERCEIRO IRMÃO, CACIQUE DE URURAI (HOJE SÃO MIGUEL PAULISTA) ANDAVA MUITO PORQUE VIVIA TAMBÉM NO LITORAL DE SANTOS E SÃO VICENTE! AJUDOU MESTRE COSME FERNANDES PESSOA, SEU GENRO A CONSTRUIR O PORTO DE TUMIARÚ ENTRE AS DUAS CIDADES E FOI O GRANDE LÍDER DA INTENTONA CONTRA A ALDEIA BRANCA DE PINHEIROS, ONDE TEBERI MATOU O FILHO DE ARARAI, O QUARTO IRMÃO MAIS NOVO! SEU FILHO CHAMAVA-SE JAGUANHARO (CÃO FEROZ). ARARAI SE TORNOU TAMOIO FUNDANDO A ALDEIA GUAYANÃ DE PARATY!
Boa tarde!
ExcluirSou moradora da cidade de Piquerobi, localizada na antiga alta Sorocabana. Lendo a matéria acima, queria saber se a origem da minha cidade faz parte desta história
Olá Zélia Nazário,
ExcluirMuito obrigado pela leitura.
Nas minhas pesquisas para escrever a matéria sobre a Capela de São Miguel não encontrei nenhuma referência ou informação sobre Piquerobi, a cidade paulista. Procurei no Google e ela parece estar geograficamente bem distante dos acontecimentos que narro.
Acho que a melhor caminho e pesquisar a história de Piquerobi/SP.
Muito obrigado pela atenção e pelos comentários.
ResponderExcluirSou neto do cacique Tibiriçá e da Índia Potirendaba e sua filha BARTIRA, cujo casamento com João Ramalho, originou nossa descendência.
ExcluirEste comentário foi removido por um administrador do blog.
ExcluirSou descendente de Piquerobi
ExcluirParabéns Petras Lopes Damasceno, excelente herança genética.
ExcluirS.Paulo era uma cidade pequena, Tibiriça, Caiubi e Piquerobi tinham famílias imensas, também a parentagem Tupi tinha ramificações complexas. Grande parte dos primeiros paulistas eram descendentes deste três caciques.
Gostei do texto ,embora o comentário anterior seja extremamente grosseiro e não prova com quem está a verdade. Parabéns Bock!
ResponderExcluirEsther Saba
Obrigado pela visita e pelo comentário, Esther Saba.
ResponderExcluirBem, existe a verdade - talvez inalcançável - e a verdade que satisfaz cada pessoa.
Uma bela e educada resposta, meu caro Douglas Bock. Você é sempre ponderado e isso me agrada muito. É do bom costume fazer uma crítica com moderação e sem jactância e sem ofensas. Quem é o sabedor absoluto da verdade, ó Heitor Kaiowá? Enquanto você discorda do Douglas Bock é sinal de que a Verdade VERDADEIRA ainda não foi alcançada. Você sozinho não é o senhor da verdade. Por que tanta jactância? Será uma carteirada pelo seu nome, Kaiowáq?
ExcluirSou neto de Tibiriçá, Por ora e BARTIRA, cujo casamento com João Ramalho originou os ascendentes.da nossa família.
ExcluirBartira e João Ramalho são o ramo fundador do povo paulista. A descendência deles deve ser contada aos milhões. Já era imensa na Genealogia de Pedro Taques.
ExcluirJoão Ramalho é meu 15o avô com Bartira.
ExcluirObrigado pelas suas palavras, Carlos Gonçalvez;
ResponderExcluirBom dia,na verdade gostei de todos os comentários , pois se tratam de hestórias e a verdade verdadeira morreu com os protagonistas , meu muito obrigado e bom dia a todos , sempre me surpreendo com os comentários e minha admiração por vocês cresce a cada dia e minha paixão por SP também , se puderem um dia contem também hestórias sobre as bandas do Grajaú e jordanopoliz onde nasci e não encontro nada sobre o assunto .
ResponderExcluirObrigado pela atenção, Grajaú e Jordanópolis devem ter histórias interessantes, era uma região onde os Jesuítas mantinham fazendas.
ResponderExcluirMuito obrigado pela interessante descrição dessa pequena parte dos primórdios da nossa cidade - resultado de pesquisa séria mas sem objetivo de doutoramento, pois o meu caso (assim como da maioria dos seus leitores) é conhecer, divertindo-se! Um bom dia para todos!
ResponderExcluirObrigado Wilson Colocero, meu viés é do cronista, não do pesquisador acadêmico. Importa mais a emoção e o espírito da cidade. S. Paulo, nos primeiros seculos, a rede de familiar e o parentesco preponderam sobre a ‘Politica’. No vasto livro ‘O Banqueiro do Sertão’, Jorge Caldeira demonstra isso à exaustão.
ResponderExcluirGosto muito da história do Brasil, e por coincidência sou devota de São Miguel Arcanjo.Abração.
ResponderExcluirÉ uma história curiosa, Dulcinea, e a capela esta muito bem preservada. A imagem de São Miguel foi atacada a martelo alguns anos átrás, hoje esta protegida num museu interno.
ResponderExcluirGostei da elegância dos comentários, Douglas existe um decreto de 1590, se não me engano a data, nas atas da câmara municipal da vila de São Paulo, onde quem fosse pego transando com as índias lavadeiras no Tamanduateí, seria preso e pagaria pesada multa, é só uma sugestão sobre curiosidades do início da nossa Sampa, tá no livro São Paulo-Capital da solidão de Roberto Pompeo de Toledo. Valeu !
ResponderExcluirObrigado Marcos, Gosto muito deste livro do Roberto Pompeu de Toledo, ele registra a luta da cidade de S. Paulo contra o assédio às mulheres na beira do Tamanduateí, nas fontes e chafarizes.
ResponderExcluirGostei dessa postagem, a história de Sampa - com e sem contradições - é top 10 !
ResponderExcluirPapel de Peixe - Muito obrigado pela visita, postagem e comentário.
ResponderExcluirOlá , gostaria de agradecer pelas informações e forma de conduzir esta conversa. Conenttários interessantes. Pelo o q sabemos, hoje, nossa familia, somos descendentes do “ Vô Piquerobi-17 geração”, como brincamos de chamá-lo, a esta altura já diluída, do Cacique Piquerobi,. Quando soube me encheu de emoção, desde pequena sempre quis me fantasiar de indígena! Eu sabia de alguma forma, hah. Na verdade queria saber se existem documentos da época q contem como eles viviam, algum desenho de suas aldeias? Cores, cocar, seus desenhos em ceramica?! Onde seria possivel pesquisar ?!
ResponderExcluirComo vc descobriu sua ascendência? Qual livro pesquisado?
ExcluirAntonia Rodrigues minha 16 bisavó, “casada com um degradado portugues”, você teria o nome dele e de onde vinha?! Era o tal naúfrago?!
ResponderExcluirOlá anonima.
ExcluirEu não sou um especialista, apenas um leitor interessado pela História de S.Paulo. Minhas informações provêm de leituras de Pedro Taques de Almeida Pais Leme – ‘Nobiliarquia Paulistana’ / Mário Neme – ‘Notas de Revisão da História de S.Paulo´ e outro estudiosos. Quando encontro alguma coisa inusitada escrevo uma crônica ou uso nos meus contos.
Talvez você devesse procurar os museus da USP ou do Pátio do Colégio.
Obrigado pela leitura.
Muito obrigada!
ExcluirFoi um prazer.
ExcluirAntônia Rodrigues (filha do Cacique Piqueroby) era casada com Antônio Rodrigues, o “língua da terra”. Não era degredado, ocupou cargos públicos da Coroa Portuguesa. Deram origem a numerosa descendência.
ExcluirHá de se tomar muito cuidado com essas informações desencontradas, alguns historiadores adoram dizer que fomos colonizados por degredados, bandidos, prostit. etc.
Não sei qual interesse em denegrir os antepassados de uma grande parcela da população brasileira.
É muito difícil falar dos primeiros anos de S.Paulo, sempre faltam informações precisas, até bons historiadores divergem entre eles.
ExcluirObrigada Douglas, as pesquisas que fizemos ainda não nos trouxeram respostas, acredito que existem histórias q ficarão sem certezas. Mas o que vc trouxe é muito bem contado e interessante.
ExcluirObrigado.
Excluira duvida que continia Tupiniquim ou Guaina , sendo q sao nacoes e linguas diferentes ?
ResponderExcluirPor causa da minha obinulação das 'histórias' continuo em dúvida.
ResponderExcluirSou da cidade de Piquerobi, Oeste do Estado de São Paulo.. Infelizmente a estória da minha cidade se perdeu ao longo dos anos. Gostaria de poder buscar sobre sua origem, porém, não sei por onde começar
ResponderExcluirNão sei muito como ajudar. Acho que não adianta muito ler os cronistas da História da Cidade de S.Paulo de século XVI (que utilizei na minha crônica). Talvez o caminho seja pesquisar na Historia de sua cidade.
ResponderExcluirTb, como alguns milhões de paulistanos, sou descendente de Piquerobi, meu avô de 15 geração. Tenho duvidas sobre qual a etnia a que ele pertencia: Tupiniquim ou Guaianás? Alguém sabe?
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