sexta-feira, 7 de novembro de 2014

As 32 Colunas da Sala São Paulo



Como nos livros de Dan [Código da Vinci] Brown, S.Paulo é cheia de tramas e referências (numéricas e simbológicas) escondidas, cruzadas e camufladas entrelaçando a História, a Arquitetura e Artes em geral.

 Por exemplo, quem frequenta a Sala São Paulo, se contar as elegantes colunas compósitas que embelezam o Auditório, constatará que totalizam 32. Não por acaso o ano da Revolução Constitucionalista 9 de julho de 1932. Talvez a data de maior significado para as tradições cívicas paulistas e paulistanas.

 O engenheiro-arquiteto Christiano Stockler das Neves era um paulista tradicional e apaixonado. Formando em 1911 pela Universidade de Pensilvânia, construiu talvez o primeiro arranha-céu da cidade: o Edifício Sampaio Moreira. Endereço da centenária Casa Godinho.

Um arquiteto ativo, apresentou projetos para as Estações do Norte (Brás) e D. Pedro (Rio); organizou o Faculdade de Arquitetura do Mackenzie; e foi prefeito de S. Paulo por cinco meses. Um currículo de competência e dedicação à cidade.

A histórico da construção da Estação Sorocabana é descontínuo e turbulento. O espaço onde estão as 32 colunas – origem do Auditório da Sala São Paulo - anteriormente era um jardim interno de teto aberto. O projeto é 1925, os trabalhos começaram um ano depois, em 26, antes da revolução. Nos anos de 28/29, por causa das trepidações da Economia, o projeto foi postergado e simplificado, o que levou Christiano Stockler das Neves a abandonar o empreendimento, e inclusive processar a Sorocabana exigindo preservação da planta contratada. Perdeu.

 Na retomada foram priorizadas e construídas antes as plataformas de embarque. O edifício completo e acabado, porém, modificado, e com o nome de Estação Júlio Prestes – um paulista eleito presidente, mas impedido de assumir - foi inaugurado apenas em 15 de outubro de 1938

Quem sabe Dan Brown não seja só um maníaco. Quando lembramos das grandes construções e monumentos de S. Paulo antigo, como o Edifício 'Ouro para o Bem de São Paulo', construído com as sobras do dinheiro da campanha ‘Doe Ouro para o Bem de São Paulo’; ou do Obelisco aos Heróis de 32, no Parque Ibirapuera; cheios de referências numéricas de efemérides e dados cívicos paulistas, as dúvidas e mistérios aumentam:

As 32 colunas não são somente coincidência?

DIMARCO, Ana Regina e ZEIN, Ruth Verde  Sala São Paulo de Concertos - Revitalização da Estação Júlia Prestes: O Projeto Arquitetônico / Arquiteto Nelson Dupré - São Paulo / 2001 - Editora Alter Market   

2 comentários:

  1. gostoso ler isso, mais informação sobre nossa cidade.

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  2. Obrigado pela visita e comentário Sônia Ramires. Acho S. Pualo meio cubista, cada um olha de um jeito diferente.

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