11/fev/2021 – Pacaembu – S.Paulo
Na subida da Rua Major Natanael, num nicho no muro do Cemitério do Araçá, entre o Estádio do Pacaembu e o Hospital das Clínicas, Cronos (de João Batista Ferri), envolto em tédio e deslembranças, observa o bambo tropeçar do tempo e a ebulição do trânsito. Às vezes confunde e embaralha as duas coisas, porque ambas parecem zumbidos de moscas extraviadas.
Sua única distração é regurgitar os cinco filhos e girar a ampulheta.
A cada três anos bissextos conversa com a coruja que sempre crocita a mesma resposta.
– Não se iluda. / Nada Muda.
A coruja, impaciente e exibida, quando escurece estica as asas e voa, vai se vangloriar com os corvos, se gabando que sua frase rimada é muito melhor do que monótona repetição do corvo de Poe: ‘Never more'.
Que maravilha seu texto! Vejo que você é mesmo um viajante sempre em busca de aventuras emocionantes. Deve ser também um viajante dentro de sua casa. A sua solidão é povoada de maravilhas. Há quem fuja da solidão e prefira o barulho inútil do mundo. Creio que estes é que estão em verdadeira solidão dentro de si mesmos.
ResponderExcluirVilma como tenho passe-livre no transporte público, todo dia vou para algum canto da cidade e caminho 60/90 minutos. Quando preciso de fotos, minha mulher de acompanha. Uma curiosidade, em algum grupos história paulistana as pessoas tiraram foto junta com este Chronos e publicam comentando: 'Estou aqui'.
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