Passei por Bruxelas especialmente para visitar o Museu Magritte. Estava apreciando o ‘Retrato de Paul Nougé’ quando o autor se ionizou do meu lado. Verde-elétrico, cor das coisas impossíveis.
Sorria e estalava os dedos. Fiz o comentário que viajava dentro de mim.
“– Mestre Magritte gosto muito do seu Surrealismo porque dispensa o espetaculoso e o inverossímil, é feito de coisas comuns e cotidianas, contudo nos conduz – cada vez que olhamos – ao impensado. O homem com uma maçã no rosto sempre me fascina.”
A resposta ecoou rápida como coisa repetida.
“A imaginação e o humor são as únicas armas para atravessar a banalidade da Vida, esta interminável sucessão de dias iguais e sem graça.”
Já estava saindo do museu quando captei seu último pensamento.
“- O homem de chapéu-coco com a maçã no rosto não é feliz, vive preso no paraíso.”
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