quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

GRAFITES INVADER – Veja Antes Que Acabe

Apesar de S. Paulo se proclamar a Capital Mundial do Grafite, em geral, as pessoas não gostam muito desta arte. Abominam aquelas escrituras ilegíveis (pixo reto) que degradam os prédios e a paisagem, especialmente nas periferias. Também não apreciam os desenhos ultra coloridos que ocupam as paredes mortas, viadutos e avenidas, avançando sobre os monumentos da cidade. Talvez seja uma guerra perdida, porque o Grafite faz parte dessas novas mitologias que estão invadindo as urbes, os museus e as mentalidades.

Uma das frentes dessa ‘invasão’ é o trabalho do ‘Invader’, um dos mais famosos grafiteiros do mundo, que mantem sua identidade incógnita, feito super-herói. Seu apelido vem de um joguinho chamado ‘Space Invaders’ lançado em 1978, nos primórdios dos games, ainda em 8-bits, e com gráficos esquemáticos e quadriculados. Seus trabalhos (ou invasões) não usam tintas, são colagens de mosaicos ou azulejos inspiradas na estética e nos personagem dos games antigos.

Suas invasões abrangem mais de 50 cidades em todos os continentes. São secretas e muito bem planejadas e documentadas.
Depois de realizadas o artista publica na internet os mapas das intervenções. O deus Google sabe tudo sobre a vida de Invader, se interessar perguntem-lhe e serão saciados. Vejam especialmente o movimento Rubikcubism criado por ele, uma proposta intrigante que vai muito além do Grafite. 

Em dezembro de 2011 o MASP realizou a exposição ‘De Dentro e De Fora’ (Veja) e Invader foi um dos artistas convidados. Como bom grafiteiro aproveitou para invadir S. Paulo. Realizou 50 intervenções pela cidade e publicou o mapa de seus feitos. Grande parte dos locais já são conhecidos e documentados, existem vários roteiros na rede indicando a localização de cada obra. Uma das brincadeiras das tribos do spray é fazer excursões para visitar estes altares.

Invader ficou encantado com as ‘lojas cemitérios de azulejos’ paulistas e mais ainda com os azulejos decorados, usou e abusou da novidade na coleção patrocinada pelo MASP.

Entretanto as obras paulistanas do Invader estão sendo surrupiadas das ruas e paredes (ele previu isso). Os azulejos estão sendo retirados por colecionadores e galerias e remontados em outros locais ou suportes. As intervenções d’Os Gêmeos’, há muito já embarcaram no mesmo processo migratório.

Portanto, não tem volta, pelas descontroladas agulhas das bússolas das artes, os grafiteiros já estão santificados e aureolados, adentraram os museus, inclusive o maior deles, o Louvre.

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