quinta-feira, 2 de abril de 2015

CCBB - PICASSO E A MODERNIDADE (OUTRA VEZ)

É preciso, imprescindível mesmo, visitar a mostra do CCBB-Centro Cultural Banco do Brasil – “PICASSO E A MODERNIDADE ESPANHOLA  Obras da Coleção do Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia”, porque ver o trabalho do minotauro sempre é enriquecedor. 

Entretanto, atropelando o poeta Drummond, acho que me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas, sobretudo porque talvez esteja ficando ‘over’ demais - uma saturação - de novo explicar e ilustrar o desenvolvimento da arte moderna através do genial espanhol.

Com certeza Picasso foi o artista plástico mais importante do século passado. É impensável a História da Arte Moderna sem o espanhol, mas existem tantas outras vozes, com inesperadas modulações próprias, que necessitam ser mais ouvidas. É recomendável visitar a mostra várias vezes, e dedicar muito mais atenção ao complemento do que à coleção protagonista.

Por exemplo, se deliciar com as poucas obras expostas de Joaquim Torres-Garcia, talvez o artista sul americano com maior trânsito entre os efervescentes europeus. Aquele mesmo pintor que em 8 de julho de 1978 perdeu mais de 80 obras – uma tragédia para sua Fase Construtivista, que durou duas décadas – no incêndio do MAM do Rio. Catástrofe que abaixou todas as notas internacionais de segurança museológicas do Brasil.

Estacionar um longo tempo frente aos não-picassos e fluir às telas de Juan Gris, um pintor de vida breve, morreu com 40 anos, mas que deixou registrado um viés cubista delicado e reflexivo.

Picasso? Bem é impossível não nota-lo.


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