Recentemente – como benção dos deuses da bola - uma jogada tem se repetido, nela revivo um gol perfeito.
Se sobrepondo ao fluxo das reminiscências, com a quietude impressentida mencionada por Carlos Drummond de Andrade, “a Maquina do Mundo se entreabriu”, "sem emitir um som que fosse impuro nem um clarão maior que o tolerável”, a cena então se desenrola...
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... na intermediária, do lado esquerdo, atrás do círculo central, de cabeça ganhei a bola do volante que tentava me chapelar e disparei para o ataque. Abobalhado, na linha do meio campo, o adversário apenas assistiu minha corrida. O jogador vencido, três ou quatro passos atrás, me perseguia indignado. Porém, eu continuava avançado livre e determinado. Driblei o zagueiro atrasado que tentou interceptar a arrancada e comecei a me deslocar para a direita, a minha perna boa. O goleiro, aflito e desesperado, abandonou a pequena área e também foi driblado. Então respirei fundo, acertei os pés no chão e chutei com firmeza. A rede balançou e a eternidade se deteve. Sobreveio aquela sensação de plenitude, prazer e êxtase absoluto, que o Renato Gaúcho garante ser igual a um orgasmo...
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A jogada durou
exatamente 33 segundos. Posso vê-la, revê-la e cronometra-la quantas vezes
quiser. A 'Máquina do Mundo' me permitiu retroceder 45 anos e no vigor
da juventude reviver como protagonista um gol absolutamente fabuloso, igual
aquele que César Sampaio marcou contra o São Paulo na semifinal do Brasileirão
de 1993.
'A MÁQUINA DO MUNDO"
Grande Texto!
ResponderExcluirEu posso atestar que foram 33 segundos, pois eu estava-lá, realmente foi espetacular!
Quanto à comemoração do gol, durou uma ETERNIDADE!
Saudações AlviVerdes!
Pois é, Teruo Ogura, os que viram não esquecem jamais, os que viram são todos privilegiados.
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