Quase todos os
prédios de Higienópolis têm histórias interessantes, são obras de arquitetos
famosos – usavam o bairro como galeria, vitrine para exibição dos seus (deles)
talentos. Por isso sempre acabamos descobrindo novas curiosidades envolvendo
estes ‘palácios’.
O Edifício Domus, na esdruxula confluência em ‘U’ das ruas Sabará,
Marquês de Itu e General Jardim tem muitas peculiaridades. Os apartamentos são
imensos, um por andar, quase 500 m2. Seus arquitetos – Ermanno
Siffredi e Maria Bordelli – eram formados
em Milão e vieram tentar a vida em S.Paulo. Fizeram sucesso, além do Domus e do
ex Hotel Hilton (a torre circular que compõe o triangulo ‘magico’ com Itália e
Copan), construíram também a Galeria do Rock (ou,
oficialmente, Centro Comercial Grandes Galerias), o 'Le Village' (em frente do
Espaço Itaú de Cinema), a Nova Barão e o Centro Comercial Bom Retiro. Observem
bem, todos conjuntos têm a mesma 'cara'.
Contudo, a curiosidade maior que intriga os caminhantes atentos do
bairro é o inusitado desenho dos terraços do Edifício Domus, que envolvem os
vastos apartamentos do prédio. Somente entendi o mistério da referência
estranha e inusitada quando meu filho, que trabalha com cinema, me revelou o
segredo da esquisitice: ‘são rolos de película de antigos filmes de celuloide’.
Na virada dos anos 50/60 o Cinema Italiano, por causa do Neo-Realismo,
estava em voga, voando alto, era o principal ‘ismo’. O casal de arquitetos era milanês e fã da sétima arte, por isso
resolveu desenhar os terraços homenageando o talento de Fellini, Visconti,
Antonioni, Pasolini...
O problema é que
agora, cada vez que passo por lá, me dá saudades da Sophia Loren, Gina
Lollobrigida, Claudia Cardinale, Sylva Koscina...
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