W. H. Auden
“... as coisas por eles escritas
“... as coisas por eles escritas
Irão, ao pé da página, numa nota erudita,
Para uma geração mecanizada desprezar...”
DÉDALO
Filho de Metion, construtor de brinquedos eróticos para a rainha Pasifae – a zoófila – poder copular com o touro de Poseidon; arquiteto do Labirinto, para esconder pesadelos e aberrações; e criador do homem alado, para fugir do palácio-enigma. Viveu assediado pelas Fúrias da tragédia, porque matou o homem que inventou a roda.
BORGES, J.L.
Jorge Luis Borges e quase todas as manifestações dele viveram exilados
num apartamento de Buenos Aires onde desaguam os rios da América do Sul – e quiçá
do mundo. Ponderando que a realidade e o mundo é um quebra cabeça incompleto, que cada peça
é um Labirinto, um Aleph, um Zahir ou uma Biblioteca da Babilônia, que aliás
são todos sinônimos e intercambiáveis.
James Joyce, revisitando odisseias pelas ruas de Dublin, descobriu que as línguas são Labirintos, construídos de signos, sons, conotações e significados; que as frases são corredores que se bifurcam, trifurcam e ramificam; que as palavras são aberrações e quimeras que habitam pátios, praças e esquinas; e que os Minotauros vivem em grandes manadas silenciosas.
Maurits Escher vive num mundo não-euclidiano e bidimensional, No estreito vão entre o real e a fantasia. Jogou fora o ontem, o hoje, algumas dimensões e todas as leis da Física. Porque tudo acontece junto no perene aqui-agora de suas ilustrações. Concentrado na precisão e transcendência do traço, por um lapso, virou um lápis.
Arnold Schönberg, o dodecafônico, estudava com afã cabala e numerologia. Abominava o número sete e, como triscaidecafóbo, temia o número 13 e seus derivados. Gostava de ordem e concórdia, excessivamente. Nasceu e morreu no dia 13, numa sexta-feira, 13 minutos antes da meia noite, com 76 anos, 7 + 6. A sua última palavra foi ‘harmonia’.
Deus o que dá para fazer depois de Beethoven? Bom... Embaralhar de novo a Música?
Deus o que dá para fazer depois de Beethoven? Bom... Embaralhar de novo a Música?
Alan Turing – Pai
da Computação e da Inteligência Artificial, matemático, maratonista,
homossexual e defensor dos direitos das máquinas e robôs – venceu
a inteligência nazista e foi quimicamente castrado pela burrice britânica. Fã
de Branca de Neve, morreu mordendo uma maça saturada de cianureto.
Tudo isso para criar o logo da Apple. Stephen Fry entrevistando Steve Jobs:
– “Mentira?"
– “It isn't true, but God we wish it were!”
HAWKING, S.
WITTGENSTEIN, L.
Tudo isso para criar o logo da Apple. Stephen Fry entrevistando Steve Jobs:
– “Mentira?"
– “It isn't true, but God we wish it were!”
Stephen Hawking – devagar como as estrelas fixas e célere como a dispersão das galáxias – se despojou de tudo para virar mente pura e contemplar o Ser eterno e infinito. Não a divindade velada e destorcida da Teologia, mas o Deus de Espinosa que se manifesta e se confunde com Sua obra. Agora, ensina aos homens multi-conectados os segredos dos atos-pensamentos, que dilatam o Tempo e entretecem o Espaço.
Ludwig
Wittgenstein só tinha uma certeza: ‘Sobre aquilo de que não se pode falar,
deve-se calar. Assim, se dividiu em dois para ter com quem conversar. Ambos
saíram em peregrinação, atravessaram o Século XX e duas guerras. Quando
contavam suas aventuras as pessoas ouviam atentas, porém duvidavam do sentido das palavras.
Douglas, no calor brutal de Bangkok, tirei horas sob ar-condicionado para ler "paulistando".
ResponderExcluirAgora, estou em poesias, há pouco li por inteiro e pela primeira vez os olhos verdes do Cíclope, que ora está sendo processado na moela para mais bem digeri-lo. Certamente o mesmo ou maior tempo terei que dispensar para 101.6 days e sua lógica.
Sobre O Horla e sua gênese, calma, calma Fernando, não misture Bangkok com o Bixiga, separe os tempos e volte ao texto amanhã, depois que a italiana dormir e você ficar isolado do mundo.
Terei muito o que ler.
Fernando
Fernando, ‘calor brutal de Bangkok’ me lembra Apocalipse Now. Que bom que escolheu ler o ‘paulistando’, talvez seja a primeira vez que tenha sido lido na Tailândia.
ResponderExcluirComo disse o ‘Ciclope’ é muito lido, porém poucos deixam comentários. Sobre o Horla e Bixiga, qualquer dia vou escrever sobre isso, da para argumentar que foi lá que surgiu paulistano que conhecemos hoje, que nos diferencia do resto dos paulistas.
Lineu Evaldo Engholm Cardoso - Gostei, principalmente, da sua frase : "...se despojou de tudo para virar mente pura e contemplar o Ser eterno e infinito. Não a divindade velada e destorcida da Teologia, mas o Deus de Espinosa que se manifesta e se confunde com Sua obra." Perfeito. Abraços.
ResponderExcluir(Transcrito do Facebook - à propósito do poema Stephen Hawking)