Os Arcos da Avenida 23 de Maio é mais um desses paramentos esquisitos e insólitos que enfeitam (e espantam em) S. Paulo. Lembrados – por todos os paulistas – contudo, pouco conhecidos. Permanecem, ainda, envoltos em mistérios e desinformações.
Parece inverossímil, porém conta a lenda que foram redescobertos
por Jânio Quadros depois da demolição de um conjunto de cortiços – um enclave
de abusos e contravenções – no Bixiga, quase no coração da cidade.
Fazem parte de um estranho conjunto de obras de arte rodo-urbanas muito
peculiares – de função ou destinação duvidosa – concebidas para serem apreciadas
exclusivamente de dentro dos automóveis, porque é impraticável, desmotivado e
quase proibido, visita-las a pé (já tentei). Um museu meio onírico, fantasmagórico, fantástico e irreal de
imagens avistadas de relance, de passagem, durante os
deslocamentos diários, feito propaganda subliminar, porque nunca ficam nítidos na memória.
Compõem um vasto acervo, bizarro e bisonho, de ornamentos públicos: grandes murais, como os painéis de Clóvis Graciano na Av. Moreira Guimarães; ou esculturas como o Monumento aos 80 Anos da Imigração Japonesa, da centenária Tomie Ohtake; ou a homenagem a Airton Senna (de Melinda Garcia), o piloto mártir paulistano. Os exemplos ão inúmeros de todos tipos e tamanhos.
Atualmente,
este museu aberto esta sendo rapidamente populado por grafites, autorizados ou
clandestinos.
Desconfio incluve que S. Paulo incentiva os engarrafamentos, assim
essas obras todas, quem sabe, acabem melhor conhecidas.
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