quarta-feira, 28 de maio de 2014

AUDIÓFILOS 'HOLBERIANOS' (+ Holbein ao vivo)

Visitei diversas vezes as salas de som do Holbein Menezes em Fortaleza, as Gesso Filled I e II, assim denominadas por brincadeira e reverência à mítica Sand Filled, construída, muito tempo atrás, em Florianópolis, com paredes de tabuas costaneiras, preenchidas com areia de rio. Observando o trabalho incansável do Mestre para aprimorar suas salas-setups, me ocorreu que – como quase tudo na vida – os audiófilos podem ser divididos em dois grupos: podemos chama-los de holberianos não-holberianospara homenagear o decano.

Os 
não-holberianos são avassaladora maioria, mais de 98%. O interesse preponderante deste grupo é a reprodução de som com alta qualidade, através dos avanços técnicos dos aparelhos. Em geral, entendem razoavelmente bem de eletrônica e acústica, também acompanham revistas, feiras, audições e reviews de novos lançamentos e, como todos os audiófilos, gostam de experimentar, testar e ouvir equipamentos.

Os 
holberianos são raríssimos, poucos e loucos, no máximo 2%. Têm amplo conhecimento técnico de acústica; estudam os princípios da audição humana; entendem profundamente – e na prática – de eletrônica; características das mídias e construção de equipamentos. Almejam construir a Máquina Ideal Para Ouvir Música.

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Para ilustrar as diferenças entre as duas categorias audiófilas,
talvez seja conveniente imaginar uma sala pequena, como a do Holbein (10,35 m2), dedicada exclusivamente ao som – análogas às que muitos praticantes do hobby dispõem, sobretudo quando moram em apartamentos. Para salas maiores que 20 m2, ou de uso compartilhado, os critérios de avaliação mudam de natureza, uma vez que os resultados dependem dos compromissos previamente impostos ou assumidos.

Audiófilos 
Não-Holberianos

A primeira questão de um não-holberianos é estabelecer qual o nível de compromisso pretende assumir com a sala. A estética deve prevalecer? Qual o peso do fator esposa? Quanto está disposto a intervir para melhorar a acústica? Os gastos têm limite?

Seja quais forem as respostas, o segundo ponto é experimentar – perenemente – caixas, equipamentos e cabos, até encontrar uma combinação que se ajuste a seu ideal sonoro; descobrir o setup que oferece maior prazer para suas audições. Precisa estar preparado porque, se tiver de fato o DNA audiófilo  como cachorro correndo atrás do rabo  nunca conseguira chegar à nenhuma solução completamente satisfatória.

Entretanto, em todos os casos, o prazer da empreitada compensa a aventura. O peregrino da Audiofilia terá infinitas horas de prazer, de quase felicidade, porque frequentemente vai esbarrar com o setup dos seus sonhos. Pena que a magia dessa convicção dure tão pouco, as vezes dias, as vezes horas, jamais a eternidade.

Audiófilos Holberianos

O principal objetivo dos holberianos não é montar uma sala de som absolutamente perfeita, a obsessão é conceber uma Máquina Ideal Para Ouvir Música. Feito as cinco ou seis salas que o Holbein finalizou antes da Gesso Filled II (que afirma ser sua obra prima). Vários paraísos perdidos e jardins das delícias que o vento, o acaso, o destino e os tropeços da sorte teimaram em desmanchar.

É obvio que numa Máquina Ideal Para Ouvir Música o compromisso primeiro é com a qualidade do som, portanto todas as intervenções que contribuírem para melhorar a acústica ou a eletrônica estão previamente autorizadas. E se houver conflito com a estética, o fator esposa ou coisas parecidas, azar do que, ou de quem colidiu com a busca do Graal.

Numa sala de som não-holberiana, o módulo base é o equipamento. Ou seja, a perfeição é perseguida através da troca de aparelhos (cabo é um aparelho). É diferente nas salas-setups holberianas, o modulo mínimo desce alguns níveis, alcança os componentes que estão dentro dos equipamentos. É frequente, quase mandatório, trocar peças, cabeamento interno, mudar circuitos, qualquer coisa que atrapalhe o nirvana audiófilo.

Nas inúmeras audições que participei nas salas do Mestre Holbein, nunca ouvi o mesmo som duas vezes. O setup da manhã era diferente do setup da tarde. Sempre havia mudanças, experimentos, aprimoramentos.

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– “Tá bom, mais e daí? Como é o som do Holbein?”

Essa é uma pergunta difícil de responder, quiçá impossível. Quando no romance O Nome da Rosa (Umberto Eco) o noviço Adso de Melk pergunta ao sábio William de Baskerville: “Que língua aquele monge fala, mestre?” A resposta vem inesperada: “Todas e nenhuma, Sua fala é uma mistura de todas as línguas mas não é nenhuma delas.”Máquina Ideal Para Ouvir Música é meio assim, consegue tocar todas as modalidades musicais, e da maneira que o ouvinte deseja. Contudo, não se trata de um setup universal, porque a solução é, antecipadamente, adaptada à musica que se quer ouvir.

Melhor assistir o próprio Mestre explicando sua sala.

Clique Aqui >>> Holbein Menezes - Gesso Filled II  



O Mestre Holbein enviou alguns comentários complementando o filme que fizemos sobre sua sala, a Gesso Filled II. Me pareceu mais conveniente publicar três de suas colaborações logo abaixo do link para o filme para facilitar a leitura.


08/junho/2014

O Escritor e Professor Universitário, Ensaísta, Crítico de cinema e música erudita, Autor de “Deus no Labirinto” e “B” (em 2ª edição), meu fraterno amigo RICARDO LABUTO GONDIM, para ensabonetar meu ego nonagenário corrompido por convergências existenciais, depois de se dá ao trabalho de ler meu desabusado “Delírios” de 308 páginas, saiu-se com esta generosidade paroxítona: “Está muito, mas muito bem escrito. Me lembrou, sabe quem? Outro cabra 'vermelho' -- vermelho ao seu próprio modo: George Bernard Shaw. Gostei muito. Texto maduro. Nem sei como um leão inquieto como você conseguiu desmontar e demolir o PT sem usar marreta. Foi com elegância mesmo.”

Pois. Meu primeiro “achado”, sobre a decisiva importância dos ledores de mídias na reprodução do som musical nas condições domésticas, esse meu primeiro “achado”ocorreu aí pelos anos da década de 80 do Século passado; o Chefe da ourivesaria especializada em cápsulas fonocaptoras, meu saudoso amigo John Garrott, da Austrália, preveniu-me: “Holbein, não dê atenção às recomendações dos fabricantes de cartridges; eles são muito mais comerciantes.”

E por “recomendações” John queria referir-se às instruções dos fabricantes  de pickup sobre o tipo e material do stylus, aos enigmáticos números da compliance, ao ângulo vertical, ao erro de traçado, à ótima impedância de carga e a tracking force.

Para John Garrott o que DECIDE é O MODO de instalação das “unidades”!

Exagerado como me confesso – mea maxima culpa (e assumo, e assumido está) –, para atender à sábia indicação de John Garrott construí num dos cantos internos da sandfilled da Lagoa da Conceição em Florianópolis um closet de 4,5 m³, com tijolos maciços e cobertura de placa de mármore de 3 cm de espessura, com porta corta-fogo: isso para eu abrigar dentro dele um dos meus três toca-discos Garrard 301, aquele munido com o braço Hadcock  que John especialmente preparara para mim (e deu-mo de presente em dia de meu aniversário); e todos esses cuidados para eu usar com eficiência a cápsula DECA-London modificada e optimizada por eles, os Irmãos Garrott.

Porque, para os originais GARROTT BROTHERS (John e Brian) O MODO DE INSTALAÇÃO era o “SEGREDO DA ABELHA” da replicação eletrônica da música em conserva!

(Acho que o  Não-Tanto-Anônimo, quando esteve na Ilha do Desterro chegou a ver essa parafernália... e se não teve a oportunidade de ver não saberá jamais o que é SER EXAGERADO.)

Mas voltemos às recomendações de John Garrott: para o Engenheiro-ourives australiano o elo essencial de um sistema para ler discos long-playing ERA O MODO DE INSTALAÇÃO da “cartridge”, MODO que ele dizia ser peculiar, particular e próprio, e local e temporal!

Ou seja, e em outras palavras, para John o primeiro ELO ESSENCIAL de um sistema para a reprodução do som musical em condições domésticas está no MODO DE INSTALAÇÃO das cápsulas fonocaptoras no Shell ,e este no braço; e shell e braço no chassi do toca-discos; e toca-discos em relação com a mesa (table); e tudo isso isolado ao máximo na sala de audição a fim de evitar e minimizar as desgraçadas vibrações air-borne geradas pelos alto-falantes.

Uma vez que as vibrações geradas pelo motor do toca-discos só podem ser  evitadas e minimizadas se o motor de rotação do prato do toca-discos estiver mais de um metro afastado do chassi... e o prato acionado por meio de correia de transmissão!!!

FACIM,facim!

E tão fácil se me pareceu que resolvi de vez o mais difícil dos problemas... desfiz-me dos meus dois mil discos long-playing e dos três toca-discos!

Ora, E POR QUAL motivo comecei este texto a citar os elogios com que me agraciou Ricardo Gondim? 

Porque me considero muito melhor e mais sábio audiófilo do que escritor de livros!

FACIM, facim!


15/junho/2014

INTERMEZZO.

Antes de concluir estes comentários – e dentro de alguns dias vou fazê-lo, trazendo informações pormenorizadas sobre o meu “segundo achado”, o que trata do ELO ESSENCIAL “número dois” para a construção de uma sala de música em condições doméstica – antes, pois, permitam-me meus leais amigos deste interessante e inteligente e instigante blog “Paulistano”, do poeta Douglas Bock, permitam-me trazer-lhes algumas palavras sobre o longo, laborioso e dispendioso caminhar que fiz até chegar à glória musical da “gessofilled”.

Na longa caminhada:

1 – descobri que o tamanho da sala, do ambiente de escuta é importante mas não é FUNDAMENTAL, isso é, não é condição sine qua non; porquanto minha  sala do Rio de Janeiro tinha 50m², a de Florianópolis, 36m², e esta de Fortaleza, 10,5m², é esta que bate em musicalidade as salas anteriores;

2 – aprendi também que as marcas dos aparelhos, as grifes dos cabos de interconexão, os plugues de contato tipo golden grade, a estabilização e filtragem da corrente elétrica alternada, a proteção contra ondas de radio frequência via gaiolas de Faraday, tudo isso que usei e abusei em quase todas as salas que construí para mim e para amigos, e algumas que hei visitado – e foram quase uma centena (!) –, essa parafernália não prejudica mas também não otimiza o som doméstico replicado;

3 – entendi inclusive, que o tratamento acústico acadêmico (que teoricamente se destina a minimizar ou suprimir ruídos ambientes e forasteiros), esse tratamento algumas vezes até pode causar prejuízo à musicalidade: porque o mais importante num ambiente doméstico destinado à reprodução do som musical é o DISCIPLINAMENTO do som refletido (que não é a mesma coisa que ressonância), e não é por meio de “truques” de absorção – absorção que age de maneira ilimitada e se define como “conversão parcial ou total da energia de um feixe de radiação incidente sobre um meio em energia do próprio meio” –, não é por meio de “truques” de absorção que se opera a “domação” de ondas sonoras musicais específicas. É POR MEIO DE DISPERSORES!

Penso que chegou a vez de declarar o que eu entendo como musicalidade, e, para isso utilizo-me de palavras de Mozart: “... a música, mesmo nas situações de maior horror, nunca deve ser penosa para o ouvido, mas deve sim adulá-lo e encantá-lo, e assim permanecer sempre música. 

Isso é musicalidade, ou seja, ADULAR o ouvido pois quando se não o adula e encanta o organismo humano reage, manifestando-se pela SENSAÇÃO inconsciente DE FADIGA; e a sensação de fadiga quase sempre materializa-se no gesto impulsivo de trocar o disco antes de terminar ou de saltar faixas, o mui conhecido e praticado “pinga-pinga”.

Musicalidade na música reproduzida na situação caseira é ter em domicílio o fundamento principal da música, que é a ARTICULAÇÃO; e por articulação o Maestro Nikolaus Harnoncourt entende: “... o ligar e o destacar das notas, o legato e o staccato, bem como a sua mistura...”. E o LEXIKON de Meyer define como “... dividir, expor algo ponto por ponto, fazer com que as partes separadas de um todo apareçam claramente, sobretudo os sons e as sílabas das palavras.”

Musicalidade é, pois, o inverso de “palco sonoro” (ilusão difusa de som na frente, no meio, no fundo da sala de audição, à esquerda e a direita do ouvinte), mas é parente consanguíneo da reprodução pejorativamente apodada por “reviewers” como “asséptica”, isto é, nota por nota, instrumento por instrumento, acorde por acorde e naipe por naipe.

E isso é muito trabalhoso de conseguir-se!


20/junho/2014

Por fim, e para encerrar, o SEGUNDO ELO ESSENCIAL.

Minhas especulações sobre o SEGUNDO ELO ESSENCIAL iniciaram-se quando eu observei, e passei a pensar sobre esta ilustração de Gilbert Briggs (in “Loudspeakers”, 1948), a respeito da relação das caixas de som com o piso das salas de audição:




Observem meus leitores que praticam a boa virtude de assinarem seus nomes de família cá neste vitorioso Blog do poeta Douglas Bock, saibam que Gilbert Briggs afirma que sonofletores, conforme a posição que ocupam na sala de música, irradiam em A quatro vezes mais energia sonora do que os falantes posicionados na posição C, e duas vezes mais se as caixas forem colocadas na posição B. Independente da potência nominal dos amplificadores, das grifes das caixas e marcas e configurações dos cabos de caixa utilizados. Portanto...

Ora, em percepções mais recentes, sobretudo quando ouço boa música na sala dedicada do George Magalhães, tenho cismado muitas horas com a um detalhe: que as mais afamadas marcas de caixas de som ali instaladas capricham no modo de, por meio de engenhosos sistemas de “spikes”, isolar os sonofletores do piso.

Vejam outro exemplo, da sala do poeta Douglas Bock:







As caixas do Douglas estão sobre “spikes” que, não só as isolam do piso senão também inclinam-las para trás. Para este pau-de-arara que vos escreve, noventão e cismarento e teimoso, isso parece significar alguma coisa... Porque as caixas de antigamente – e sou testemunha e dou fé – não possuíam tais recursos, eram todas posicionadas diretas sobre o piso e... talvez por essa circunstância os antigos proclamavam que o elo mais fraco dos sistemas de som domésticos eram os alto-falantes.

Ora, do ponto de vista da construção, as unidades físicas dos falantes quase não mudaram ao longo de cinquenta anos: magnetos, chassis, cones, bobinas e suspensão; nesses quesitos, as “modernidades” são irrelevantes, um Wharfedale Super 8”FR do Gilbert Briggs, de Bradford (Inglaterra-1965) desempenha tão bem quanto um Akron KB-6”FR do especialista Paulo Ramos, de Santo André (Brasil - (2014).

E o que faz uma caixa coluna de hoje soar melhor do que a “Airdale W4, da Wharfedale? ou a AR-3, do Edgar Villchur? Ou a soberba Goodmans Dimension 8, de 1970, da figura abaixo? 





Acontece que não é o que FAZ, é o que FALTA! E falta precisamente isolamento em relação ao piso; porque as caixas eram posicionadas diretas sobre o piso; e a reflexão nele piso, nos termos da letra B da primeira figura acima, agia sobre a resposta de frequência dos sonofletores de antão.

Aliás, com isso parece que também cismava a BBC de Londres. Vejam o modo de isolamento da caixa monitor (figura abaixo) projetada pela BBC:





Na minha sala do Rio de Janeiro (1970), embora usasse o som soberbo das eletrostáticas QUAD-55 (sem as capas de alumínio expandido a fim de evitar atenuação na região de 4kHz), preferia alçá-las do chão cerca de 50 cm com o objetivo de minimizar a deformação do espectro musical produzido pela reflexão com o piso; em consequência do quê era obrigado a ter dupla amplificação: uma para a gama de 100 Hz até 10 kHz (eletrostático) – e acima de 10 kHz “tweeters moving coil – e outra para subgrave e grave abaixo de 100 Hz, em “true infinite baffle” (Wharfedale W 15” instalados na parede de tijolos ao fundo). Esta sala tinha 50 m²...




Valha-me meu santo padim pade ciço! por que estou a lançar mão de tantos argumentos e ilustrações e pormenores?

Porque o Anônimo não foi só grosseiro comigo ao usar o termo “gambiarra” com relação a minha atual sala – a qual tenho proclamado e proclamo como a mais musical das quantos construí –; o Anônimo foi mais que isso, foi ultrajante! Uma vez que gambiarra é sinônimo de “gato”, e diz o HOUAISS, “...gato é uma extensão elétrica puxada fraudulentamente para furtar...”. No meu caso, eu não teria furtado energia elétrica mas, segundo o Anônimo, estou a furtar a boa fé dos meus leitores.

Pelo menos, como eu, assim compreenderam Douglas Bock, Marcus Braga e Ricardo Rates.

E o que é que usei na “gessofilled” de tão especial para torná-la minha sala preferida? Molas! Muitas molas! Tudo, TUDO sobre molas! O segredo e a “intelligentzia” desse arranjo consistem na escolha (para tanto realizei dezenas de ensaios e erros) do tipo de molas para cada situação: para os sete aparelhos eletrônicos, para as quatro caixas de som, para as quatro unidades de falantes instalados em painéis abertos, e até para o “true infinite baffle”.

Molas de compressão. Antes, na “sandfilled” eu houvera experimentado, sem o êxito desejado, com molas de distensão.

Estará nisso a diferença da musicalidade conquistada?

Não sei não!

20 comentários:

  1. MARCUS BRAGA (TUTUBARAO). Sou admirador e audiófilo Holberiano.

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    1. ME ENQUADRO NESTA CATEGORIA, NÃO POR TER UM SUPER CONHECIMENTO TÉCNICO , MAS POR ALMEJAR O SOM COM QUALIDADE ,AQUELE QUE ME SATISFAÇA, SEM A IMPOSIÇÃO DO MODISMO, POIS SEI QUE ELE É TEMPORAL ,MUTÁVEL E CONTRARIA-SE A TODO INSTANTE.
      Temos exemplos diversos: O direct drive já foi melhor que o Belt , o cd foi melhor que o lp, o coaxial atualmente é melhor que ótico...

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  2. Barão Tutu, tangenciamos várias e diversas irmandades.

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  3. Eu sei responder como é o som do Holbein. É o som que ele gosta e que leva em consideração exclusivamente o tipo de música que ele mais aprecia. Quem gosta de rock, por exemplo, a sala do Holbein não é apropriada para reproduzir este gênero musical.

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  4. Sou audiófilo e não me enquadro nem no grupo dos holberianos e nem no grupo dos não-holberianos. Cabo não é aparelho.

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  5. Minhanossinhora quanta gambiarra nessa sala.. Nao da pra entender como se consegue escutar algo ali.... Até amplificador NCA? Falantes grudados com fitacrepe? Empilhados?

    "maquina de ouvir musica com perfeiçao"? Onde? O escritor/narrador desse texto so pode estar narcotizado.....

    Me decepcionei ao ver esse video tanto quanto achar que "salas holberianas" servem pra se ouvir musica... ou quadrifonia que seja... ou filmes mesmo assim.... mais parece um laboratorio de teste e explosoes de equipos e caixas de som...... Nao vi nada de conhecimento de eletronica ali, no maximo acustica....

    Parece muito aquele video dos caçadores de mito que eles serram o carro e montam ele ao contrario...

    Decepcionante.. mas enfim,ainda bem que som/musica é igual bunda. Cada um tem o seu.

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    1. Não me considero audiófilo. Não sou engenheiro. Talvez a visão tenha enganado o Anônimo autor de tão infundado comentário, que se preocupou com a aparência e não com o desempenho e conteúdo, erro infelizmente comum em nossa sociedade. Estive nesta última sala do Mestre Holbein e, sinceramente, escuta-se música com perfeição ali. Posto aqui os vídeos que fiz, para que os que lerem o comentário acima possam ter uma amostra, limitada por ser gravada com máquina fotográfica e pelos padrões de áudio do Youtube. Use fones de ouvido. Ao Mestre minhas saudades. Ao autor do texto, meus agradecimentos.
      Vídeos:
      https://www.youtube.com/watch?v=DRSUHSRpG4g
      https://www.youtube.com/watch?v=JGproUJ1bFQ

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  6. Obrigado pela atenção da leitura e comentário.

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  7. O Holbein não tem que provar mais nada para ninguém, mais de 60 dos seus 90 anos experimentando com tudo que é tipo de aparelho e acessórios. Já foi representante de marcas audiófilas famosas, foi amigo dos projetistas famosos (alguns já falecidos), e acredito que só não continuou porque queria liberdade para criticá-los, liberdade essa que foi cerceada na CAVI quando lá era articulista. É o tipo de pessoa que faz o mundo evoluir, um cientista autodidata, inquieto, inconformado e acima de tudo generoso. Nunca se furtou a compartilhar o que estava fazendo e descobrindo.

    Infelizmente não o conheço pessoalmente, mas dou os parabéns por sua longa trajetória.

    Abraço mestre Holbein.

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  8. Ricardo Rates, Muito obrigado pela manifestação.

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  9. (Estou reproduzindo, com autorização dele, um e-mail que recebi do Mestre Holbein sobre suas gambiarras.)

    Generosamente gravado pelo Poeta e Musicólogo Douglas Bock, o filme da minha atual sala de música cá de Fortaleza logrou ser fidedigno.

    Com respeito à musicalidade, para meus experimentados ouvidos anciãos o resultado é o mais prazeroso dos quantos ambientes para ouvir música em conserva criei ao longo da longa vida vivida – e criei muitos!

    Ainda que a aparência possa contrariar expectativas, sobretudo em pessoas estereotipadas: vejamos:

    1 – a mídia que estou a utilizar – blu-ray – a maioria possui resolução 96Hz/24bit Tue DTS MA Dolby Digital;
    2 – esta mídia está a ser lida pelo OPPO 83 com resposta de frequência de 20 Hz – 20kHz (+- 0.4dB), com o limite do “sample rates” (amostragem) acima de 192 K;
    3 – o acoplamento do ledor com os amplificadores é direto, sem intermediação de qualquer pré-amplificador, e é realizado por cabo de prata pura, produção artesanal, modelo criado pelo Engenheiro lusitano, Dr. Paulo Marcelo, residente em Montpellier, França (mui estimado e particular amigo);
    4 – os sonofletores – cinco, para o modo 4.1: em frente, dois em forma triangular, são de ferro chapa de 2 mm, em paralelo com duas câmaras ovaladas, de madeira espessa, de antigas colunas “Clarity”, Martin Longan; atrás, duas colunas seladas cilíndricas de PVC de 3 mm de espessura, diâmetro de 20 cm e altura de 1,40 m (quem quiser que calcule a cubagem);
    5 – as unidades de falantes são todas (seis!) os soberbos “fullrange” KB-6FR, fabricação artesanal da Akron-Adudiotec (Paulo Ramos);
    6 – o subgrave (de 80 Hz abaixo) é feito de “true infinite baffle” com dois alto-falantes Wharfedale de 15 polegadas, irmãs de 13.500 linhas, ressonância em 17 Hz.;
    7 – o cabeamento é todo de cobre de alta qualidade “computer grade”, “home made” a partir de cabos rijos de rede.

    Só a inveja ou a maldade pode classificar esses cuidados de “gambiarra”.

    SIM! os amplificadores frontais são monoblocos MARANTZ MOD. MA 700U, e os traseiros são valvulados com a 300B Harmonix. O subgrave é alimentado por um amplificador PA.

    Isso constitui gambiarra?

    Holbein.

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  10. A descrição do Holbein da sua sala e de seus equipamentos/acessórios, não deixa dúvidas de que ele montou um sistema 4.1, portanto adequado para home-theater. O monitor de tv também faz parte do sistema. Não é um sistema estéreo. Se o fosse, somente com as caixas frontais dele não seria possível obter um bom som. Pode ser que agrade somente ao Holbein, mas definitivamente não seria um bom som.

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    1. Em minha visita à esta maravilhosa sala do Mestre Holbein, ele pôs vários álbuns para tocar, alguns deles em stereo. Deixei clara minha preferência por esse modo de escuta, e a sala reproduz stereo com perfeição. Invejável o que o conhecimento adquirido ao longo da vida e através da leitura e experimentação pode fazer.

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  11. O Holbein há tempos não ouve música apenas em stereo. Um engenheiro desenvolveu um processador A/A valvulado (baseado nos estudos do Hafler) exclusivamente para ele obter detalhes de ambiência a partir do stereo, reproduzindo-os em falantes traseiros. As caixas de ferro triangulares dele são baseadas em projeto do Gilbert Briggs, simplesmente o cara que inventou a audiofilia em stereo, e segundo quem entende de caixas é a melhor configuração para reprodução. Para quem não conhece, bom mesmo deve ser bookshelf da B&W.

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  12. Ricardo Rates, com o advento do multicanal o Holbein passou a ouvir e principalmente "ver" suas músicas preferidas desde o tempo em que morava em Florianópolis. Ao fazer isso todos sabemos - inclusive o Holbein - que 80% da nossa atenção está na tela (vídeo) e 20% nas caixas (áudio). O Holbein é mais videófilo do que audiófilo.

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  13. Eu acho graça da prepotência de alguns, escrevem e deixam um atestado da total falta de conhecimento e educação, é uma pena não ficar marcado o nome, com a verdadeira identidade deles. Vamos as pérolas: "A descrição do Holbein da sua sala e de seus equipamentos/acessórios, não deixa dúvidas de que ele montou um sistema 4.1, portanto adequado para home-theater.Não é um sistema estéreo. Se o fosse, somente com as caixas frontais dele não seria possível obter um bom som."

    Em outras palavras: O som só fica bom no estéreo, mas desde que não seja aquele descrito(O incauto nunca ouviu mas sabe tudo) O poder de adivinhação dessas criaturas me espanta, chego a achar que são do tipo de ser que vemos nos bailes funks, aquelas criaturas que quando a gente pergunta: Quem descobriu o Brasil? responde: Jesus!

    Outra Pérola: "com o advento do multicanal o Holbein passou a ouvir e principalmente "ver" suas músicas preferidas desde o tempo em que morava em Florianópolis. Ao fazer isso todos sabemos - inclusive o Holbein - que 80% da nossa atenção está na tela (vídeo) e 20% nas caixas (áudio). O Holbein é mais videófilo do que audiófilo."


    Aqui o "Anônimo" classifica o audiófilo como: aquele que ouve , porém aquele que vê e ouve é um videófilo. Baseado nisso podemos afirmar que indo a uma sala de concerto,teremos audiófilos e videófilos na platéia, os que não estiverem vendados são videófilos.

    Ainda vale o que foi escrito:
    Não jogue pérolas aos porcos!

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  14. Marcus, não custa nada ser educado. Já visitei o Holbein, portanto conheço o som dele. Você está absolutamente certo sobre o que disse das salas de concerto. Não raro se ouve muito melhor em casa - desde que com um bom sistema - do que nas salas de concerto.

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  15. E não é somente a falta de generosidade para com o próximo, é uma total falta de sensibilidade com um senhor de 90 anos, uma falta do refinamento e da elegância. Diria que não basta saber apreciar o bom som, se O INTITULADO APRECIADOR DE MÚSICA não tiver essas características ,que marcam os audiófilos de uma foram geral, é apenas um chato, nada mais que isso. Celerados! Malvados os que afrontam um velho de 90 anos, que dedicou a pesquisar e compartilhar seus momentos de alegria e seus achados particulares com todos.UM VERDADEIRO MESTRE QUE MERECE TODA NOSSA ADMIRAÇÃO E CARINHO .Continuo achar as "críticas" INFUNDADAS e desnecessárias ,um total desrespeito e uma falta de sensibilidade que me enoja,merecem que ninguém lhes dê confiança.

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  16. ***** COMUNICADO IMPORTANTE *****
    Por motivos óbvios e para garantir coerência, equanimidade e equilíbrio nas manifestações e discussões, o BLOG PAULISTANDO, a partir de agora, não mais publicará mensagens anônimas e não identificadas.

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