Variações sobre sete sonetos
irrequietos e inusitados,
irrequietos e inusitados,
de sete poetas lusófonos
José André
Lôpes Gonçâlez é um poeta enorme da Galícia, tradutor e musicólogo, além de outras incontáveis competências. E sabe que a vida é uma aventura curta, cujo desfecho todo mundo conhece.
Já podes dormir coração cansado (José André Lôpes Gonçâlez)
Paulo Bonfim é um dos grandes poetas paulistas – ainda vivo – que reflete e traduz os desejos e dívidas, desafios e incertezas que pontuam a transformação
de S. Paulo, de uma pequena cidade (60 mil habitantes) na maior megalópole do
hemisfério sul. Seus poemas falam, sobretudo, de saudades.
Os dias mortos, sim,
onde enterrá-los? (Paulo Bonfim)Seria ainda Poesia o que Augusto dos Anjos fazia? Ou mero exercício ácido de ironia quando preferia usar palavras raras para expor os limites e carências que Língua escondia? Mostrar as feridas e falências da Língua com termos que a Língua mesmo repudia?
Rugia nos meus centros cerebrais (Augusto dos Anjos)
Sete anos de pastor Jacó servia (Luís de Camões)
‘Ora (direis) ouvir estrelas!’, certamente é um dos mais conhecidos sonetos brasileiros. O assunto é inesperado e provocador. Incentiva a ir atrás do devaneio e do sonho. Do inalcançável que está sempre mais próximo de quem tiver 'ouvido capaz de ouvir'.
Ora (direis) ouvir estrelas! (Olavo Bilac)
Jorge de Lima – que quase ganhou o Nobel – era visitado por uma
vaca com uma estrela na fronte, transfiguração de sua ama-de-leite.
Mas deve haver ainda outra vaca na Via Láctea, de úberes fartos, de onde tudo, a poeira estelar, as nebulosas e a massa escura, é ordenhado.
Mas deve haver ainda outra vaca na Via Láctea, de úberes fartos, de onde tudo, a poeira estelar, as nebulosas e a massa escura, é ordenhado.
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VARIAÇÕES:
Minha homenagem a Thanos (Vingadores: Guerra Infinita)
Muito bom!!!
ResponderExcluirMuito obrigado pela visita e pelo comentário.
ResponderExcluirTranscrito do Facebook - Grupo 'Poetas de Indaiatuba' ,
ResponderExcluirVerônica Noblat (Administrador) do grupo Esse é o soneto que mais gosto do grande mestre,Olavo Bilac. Você fez analogia da luz e do som com duas grandes personalidade Olavo Bilac e Elis Regina (estrelas maiores) E verdadeiramente saber ouvir estrelas é ser feliz. Sensacional! Amei!
Obrigado pelo comentário Verônica Noblat.
ResponderExcluirTranscrito do Facebook
ResponderExcluirGILBERTO DE ANDRADE GAIA - O problema é ter que ler poesia com um dicionário aberto... E a linguagem da época é isso mesmo: hoje é só uma recordação. Há que se escrever em 2018 com a linguagem de 2018 para o público de 2018, ressalvadas as gírias e expressões atuais.
Questão intrigante esta, GILBERTO DE ANDRADE GAIA, meditei muito sobre ela. Penso que a Poesia – junto com o ritmo – comporta três dimensões: som, sentido e significado. E, por esta tríplice via, tem que explorar, desafiar e manter viva a Língua em que é escrita. Utilizar vocabulário raro é uma opção, um viés possível. Como na Música há lugar para as duas formas, popular e erudita.
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