Porque S. Paulo foi fundada exatamente no topo da colina do Pátio do Colégio?
Harnâni Donato, Jorge Caldeira, Roberto Pompeu de Toledo e outros autores sugerem algumas razões combinadas:
(a) O Pátio e os Piques (Ladeira da Memória) eram pontos obrigatórios de paragem da milenar Trilha do Peabiru, que dava acesso às minas de prata andinas, grande desejo de Portugal.Foi uma boa decisão, até hoje ainda é o principal nó da ligação entre o litoral e o vasto interior da América do Sul. O acerto da escolha está confirmado pelos frequentes ataques dos índios durante o período colonial. Tantas que exigiu a construção de defesas e muralhas para proteger a esquisita vila 'alienígena' no alto da serra.
(b) A Colina do Pátio era o melhor ponto de espera, observação e controle, antes de descer e depois de subir o Caminho do Mar.
c) Oferecia uma conformação topológica privilegiada, com facilidade de defesa e farto acesso a água, parecia uma península.
O livro ‘Pateo do Collegio – Coração de São Paulo’, de Hernâni Donato é ilustrado por uma coleção de croquis que mostram a peculiar topologia da cidade. Explica como foi, progressivamente, a ocupação do território a partir do triangulo formado pelos conventos e mosteiros seiscentistas. São mapas muito interessantes que nunca encontrei no Google, somente aparecem no livro citado, com o alerta de que NÃO podem ser digitalizados.
Um deles, do ano de 1556, mostra uma longa muralha ou linha de defesa (talvez apenas uma cerca indígena) desde o Tamanduateí até o Anhangabaú ('rio onde o diabo lava a cara' em algumas traduções tupi/português).
Pode ser proibido escanear os mapas, mas fazer uma transposição deles para os mapas do Google não quebra regras
Duas questões curiosas sobressaem: a extensão das defesas, 1200 metros (medição do Google, considerando as várias retificações sofridas pelo Tamanduateí) e a rapidez da construção – 1556 – dois anos após a fundação,
A peculiar topologia de S. Paulo, segundo gravura do Debret.
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