Ilha de Ios / Grécia – 8/set/2019
Na Grécia, na bela Ilha de Ios, conversei com Homero – o poeta
cego – no seu remoto túmulo à beira mar, como um barco provocando o oceano. Talvez uma metáfora da nossa soberba atual, desafiando o espaço.
“– Poeta posso fazer algumas perguntas?”
“– Poeta posso fazer algumas perguntas?”
“– Duas. Uma já fez.”
“– Compôs duas vastas epopeias, e no fundo ambas são histórias
de amor. Na primeira junta dez mil barcos para resgatar uma namorada que
fugiu com o novo amante. Na segunda, por 20 anos, atrapalha o retorno do herói para os braços da amada. E os outros empreendimentos humanos, não são
importantes como razão de viver?”
“– Todas aventuras humanas são imprescindíveis – sobretudo as
pessoais – mas sem amor nenhuma vale a pena. São como aqueles rebrilhos e desenhos
que parecemos enxergar nas ondas do mar ao pôr do sol. Quando tomados pela paixão, duram apenas um instante, mas podem ser eternos.“
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