... em algum momento cheguei. O deserto era desafiador, sem fim e fascinante. Ternário: céu, areia e distância. Se repetindo feito espelho distorcidos em dunas infinitas – em formas e quantidade. Cada passo novo parecia desnecessário, apenas mais um grão de areia acrescentando na coleção de excessos, não mudava nada. Até as pegadas eram rapidamente apagadas.
Só a vontade importava, e ela – dentro do mundo ampulheta - se esvai
célere, quem sabe porque o vento faminto gulosamente erode e engole tudo.
De repente, na cambiante sucessão de dunas, como uma miragem
tremeluzente, feito um sonho mal formado, uma ilusão, um desejo concedido,
depois do declive, aparece a porta de saída, o Espaçoporto do Planeta Totooine,
iluminado pelos miasmas de um sol indeciso, incerto e nebulado.
Princípio e fim. Tudo começa e termina agora, mas o tempo incerto,
vacila. Dúbio, avança, retrocede, anda em círculos, e se enrola em espirais.
Mas agora, quem sabe, o mundo vai mudar.
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