Fui até Ciboure, na mais funda dobra do Mar Cantábrico, Baia de Biscaia, divisa da França e Espanha. Queria conhecer a famosa casa que hospedou o Cardial Mazarin e onde Maurice Ravel nasceu.
Tempo e acaso formam uma dupla ardilosa e o maestro trafega entre as duas, não sabia qual versão dele ia encontrar.
Me coube a emanação da Primeira Guerra, 1914. O mestre balançava entre duas coisas: lutar pela França e compor ‘Le Tombeau de Couperin’.
Para as batalhas era magro demais - 1,57 metros e 48 quilos. Quanto à música? Podia trabalhar dentro de sua cabeça.
Passava os dias sentado numa colina e olhando o mar. Parecia feliz, tinha conseguido ser recrutado como motorista militar.
- Parabéns Mestre, enfim vai para a Guerra.
- É preciso persistir, como num bolero. Repetir o tema e aumentar a intensidade. Sempre dá certo.
Ficamos em silencio ouvindo o marulho do mar, repetição e variedade.
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