Resistindo com suspiros, com a força da fragilidade – como os papéis de seda que envolvem velhas lembranças – algumas casas antigas sobrevivem apesar dos bombardeios e explosões imobiliárias. Atacadas por pichações, enroladas por fios elétricos e telefônicos ou cercadas por agulhões de concreto. Parecem rosas de Hiroshima indestrutíveis, ou pérolas salvadas no meio de conchas trituradas.
Algumas demolições são trágicas e irreversíveis. Perder algumas casas é como extinguir uma espécie animal/vegetal rara. São universos de lembranças, emoções, esperanças e modos de vida que viram entulho. A História da cidade vai diretamente para as caçambas.
Será que um planeta com 8 bilhões de habitantes – e crescendo, que defende valores transversos e pouco racionais, consegue frear, organizar e direcionar o progresso? Podemos controlar a expansão das construções desgovernadas que avançam feito um rinoceronte cego derrubando tudo? O que fazer: incentivo oficial ou inação pública.
O que resta são dois cenários de Ficção
Científica.
Primeiro, ou as casas antigas e os prédios históricos se transformam em itens ultra valorizados, objetos de desejo – como acontece em várias cidades do mundo – tonando-se curtidíssimo e refinado morar neles.
Segundo, ou teremos um futuro Matrix/Blade Runner: declaramos nossa falência e as máquinas (ou ganâncias) obtusas tomam conta de tudo, destruindo integral e obstinadamente toda a memorabilia humana.
Simpatizantes com memórias Paulistanas, convido para conhecer nosso trabalho com São Paulo; http://www.edudasaguas.com.br/saopaulotemas/
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