terça-feira, 8 de julho de 2014

O Longo Viaduto Santa Efigênia



Por cima de tudo uma longa passarela – com motivos vermelhos, pretos e brancos, cores da bandeira – que atravessa e extravasa o vale inteiro, ligando duas catedrais: Matriz Paroquial Nossa Senhora da Conceição - Santa Ifigênia e Basílica Nossa Senhora da Assunção - Mosteiro de São Bento.

O via é enfeitada pelos postes de iluminação de S.Paulo, um orgulho paulistano, que as lendas dizem ser um dos mais belos do mundo. Entre os cenários mais clicados da cidade, tema de ensaios fotográficos de grandes artistas, por causa das instigantes grades de proteção do viaduto.

Inabalável, suportando tudo, resiste a multe encaixada estrutura de aço do viaduto, admirada pela grandiosidade dos três longos arcos e pela lógica e leveza do desenho. Fabricado na Bélgica, entre 1910 e 1913, desembarcado no porto de Santos e transportado pela São Paulo Railway.

Embaixo, tocando o chão, ficam as sapatas, os firmes pilares de toda a obra de arte, construídos por uma empresa alemã para garantir a sustentação, equilíbrio e nivelamento perfeito da vasta estrutura de aço. Cem anos de garantia, vencidos em 2013.

Embaixo de tudo, silente e invisível, corre o Rio Anhangabaú (‘rio do mau espírito’ / Teodoro Sampaio ou ‘água da face do diabo’ / Eduardo de Almeida Navarro) que, como os automoveis, amedrontava e ameaça a saúde da população. Por isso, ambos – carros e córrego – agora jazem enterrados sob o imenso palco das comemorações cívicas e manifestações políticas.

Será que S.Paulo conseguiu vencer o dianho?









2 comentários:

  1. Adoro ver estes locais da minha juventude. Conhecer-lhe as histórias me torna mais feliz porque no tempo mediano da sua construção eu transitava sobre o Santa Efigênia como se estivesse a passeio, embora fosse ao trabalho ou em demanda da pensão. Não era tempo ainda de correria como hoje. Deliciava-me a visão do Anhangabaú de um lado Correios, Praça da República; do outro, o Brás. Fico feliz por ver uma parte da geografia do tempo de minha vida. Obrigado, Douglas Bock! Devo-lhe informar que eu o tenho sequestrado, junto a esses monumentos e suas histórias para a minha "Timeline" do Face.

    ResponderExcluir
  2. Obrigado pela visita e pelos ‘sequestros’. Escrevo estas histórias, Carlos Gonçalves, porque quando ando por S. Paulo este sentimento de busca dos tempos passados me acompanha sempre. É muito difícil virar uma esquina, entrar numa avenida, cruzar uma praça sem me recordar de acontecimentos, pessoas, felicidades, tristezas, acontecimentos... Os monumentos e grandes construções duram mais, muitos deles ainda são os mesmos que enquadraram minhas vivências pela cidade. Espero que perdurem.

    ResponderExcluir