terça-feira, 27 de janeiro de 2015

7 QUADROS QUÂNTICOS












7 comentários:

  1. Via Facebook recebi um brilhante comentário do 'Marcelo Garbine Mingau Ácido' sobre o poema ‘O Grito’, talvez valha a pena copiar aqui nossa conversa, melhora o entendimento do poema.

    Marcelo Garbine Mingau Ácido - Douglas, no seu site não dá pra comentar as suas obras? Eu gostei muito do seu poema O grito pela harmonia entre as rimas que, pela sonoridade, tornam possível imaginar o cricrilar dos grilos, assim como o tempo em câmera lenta e as águas formando ondulações. Por tudo isso, faz com que consigamos recriar, naturalmente, com a leitura, toda a situação causada pelo grito.
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    Paulistando - Marcelo Garbine,

    É muito gratificante saber que o poema deu certo, isto é, passou ao leitor as intenções e as emoções do autor. Contudo, alguns leitores treinados são especiais, e imprescindíveis, vêm muito mais coisas nas entrelinhas, algumas que nem o autor desconfiava ter posto na obra. Obrigado pelo comentário.

    Recebo, quase diariamente, feedback dos posts do Paulistando. Também várias pessoas me contatam falando de dificuldades em se manifestar. Vou tentar melhorar o site.

    Aproveito para dar parabéns pelas suas conquistas literárias, tenho acompanhado e me solidarizado com seu sucesso. Espero que, no melhor dos sentidos, exploda feericamente.

    Se permitir, como já fiz outras vezes, vou transcrever suas palavras e minha resposta para o Blog Paulistando. Contribui para o melhor entendimento do poema.

    Um abraço.
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    Marcelo Garbine Mingau Ácido - É uma honra para mim a transcrição do meu comentário feita por você, Douglas! Se você fizer isso no face também, marca o meu nome para que eu receba a notificação e a opção de adicionar o post na minha linha do tempo!
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  2. Um comentário certeiro recebido via Facebook em 19/11/2016
    """Fernando Marchini Silva Senhora da Coluna Partida... é a tragédia transmutadas em poesia."""

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  3. Um comentários transcrito do Facebook
    NELSON TEIXEIRA - O gosto de entender às nuances do ser sempre o torna espetacular, meu amigo, verdade e sensibilidade deveras apurada em enxergar os arquétipos de construção do ser nos espaços sociais e do tempo psicológico. É muito bom ler você.

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  4. Transcrito do Facebook
    PAULO MIRANDA BARRETO - Sei que vou repetir-me,mas, direi sem pejos, uma vez mais que aprecio muitíssimo os seus escritos, mais que originais,Douglas Bock!!!!! Ademais, sou verdadeiramente fanático pelas obras de René Magrit!!!! Abraço!

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  5. Transcrito do Facebook
    VILMA SILVA - Silva Esse soneto parece um conto fantástico. Penso que é conto e poema ao mesmo tempo. Sugere muita coisa. Sua relação com a pintura de Dali entrelaça significados que parecem nunca acabar. É preciso olhar para o fundo muito além do próprio tempo o que nele se insinua infindável e múltiplo; o tempo ora deformado, ora dúctil, variado, lento, sua dubiedade e o tempo nenhum...

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  6. Transcrito do Facebook
    Obrigado Vilma Silva
    7 QUADROS QUÂNTICOS
    Douglas Bock criou seu modo próprio de incorporar em poesia a tradição cultural e suas variadas manifestações. Suas remissões e citações não são apenas verbais. Elas comparecem como entidades que se agregam à sua expressão poética. Ciência, filosofia, artes plásticas, literatura e ficção se unem e conversam entre si, mas de modo a se fazerem signos que figuram paralelamente aos poemas. É o caso da série 7 Quadros Quânticos. Destacamos entre estes “O Grito”, poema que traz como seu coadjuvante o famoso quadro de Edvard Munch. Pintura e poesia aqui se conjugam e formam dois signos complementares: o visual e o verbal.

    NO POEMA todos os fenômenos físicos restam paralisados e o tempo deixa de existir. Mais precisamente: o mundo morre enquanto o grito ecoa e “Só quando o grito cessa ... o Universo é recriado”.

    O colapso do tempo e da manifestação do mundo se relaciona com a figura humana que na obra de Munch grita. Isso nos diz que não é qualquer grito que ali no poema se enuncia. O grito enunciado é humano. Essa qualificação é comunicada pelo quadro. O poema não precisa adjetivar a modalidade do grito a que se refere. A pintura é o seu adjetivo. Os signos distintos aí são intercambiáveis entre poesia e pintura.

    A figura humana retratada no quadro se introduz no poema como parte figurativa dele. Quadro e poema é extensão um do outro. Justapostos, eles se conjugam: o poema nas palavras exprime o seu tanto e o quadro na imagem outro tanto, entre um e outro cria-se uma zona de significados complementares.

    NA PINTURA de Munch o grito é a expressão da angústia e do sentimento de horror, ecoa no ambiente e o deforma em ondas sinuosas, cores fortes e tormentosas: tudo ao redor repercute desespero e horror.

    NO POEMA o grito ressoa também em todo o mundo físico, causa o colapso já referido e desencadeia uma “catástrofe” que se expande e atinge o mundo manifesto. Catástrofe aqui remetida para o significado que esse termo adquire na tragédia grega – o do momento doloroso em que a personagem sofre um infortúnio inexorável. Essa relação catastrófica da passagem de um estado humano a outro se estende e afeta não só o mundo, alastra-se e atinge o universo, como se declara nos versos finais.

    A tragédia, nascida na Grécia clássica, ressoa aqui de forma subliminar. O poema expande e diz que a condição existencial do ser humano é sempre a mesma no percurso do tempo. E para expressá-lo foi necessário fazer recordar que entre a Grécia clássica, a pintura de Munch (1895) e nossa época estamos envolvidos nas mesmas questões existenciais e nossa condição humana se mostra a mesma.

    Sobressai do conjunto expressivo – visual e verbal – o efeito ampliado que entre ambos se articula: no poema ecoam significados atemporais: aparecem subsumidos nas remissões que o poema subliminarmente sugere e atravessam toda a história humana.

    O GRITO, tema do poema e do quadro, não se encerra apenas nas remissões apontadas. Dele sobressai uma imagem-eixo em torno da qual o poema gira: o tempo e o mundo manifesto subsistem enquanto a figura humana também se mantém estável. Quando ela treme, o mundo também treme: a figura humana e o mundo é uma coisa só. Em suma, o mundo é aquilo que o ser humano projeta nele.

    O POEMA também carrega consigo toda uma tradição literária implícita. Uma à nossa porta é a ficção de Jorge Luis Borges. Destaco especialmente a imagem do ancião que vivia sob um umbral. Quando ele morre o umbral também desaparece. Essa personagem figura na obra Ficções, no conto “Tlön Uqbar Orbis Tertius”. Portanto, o fruidor desse poema tem muito a apreciar além do que aparentemente nele se mostra.

    Como acréscimo, o andamento do poema, predominantemente 6 e 7 sílabas poéticas, promove a cadência perfeita para a tensão criada pelo grito ou, noutros termos, catástrofe humana.

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  7. OBRIGADO Vilma Siva pela excepcional elucidação dos meus poemas-homenagens, e, especialmente, pela decifração do poema ‘O Grito’.

    Pensei muito sobre qual palavra utilizar para retribuir sua imensa gentileza, escolhi ‘OBRIGADO’. A mais óbvia da língua, porém escolhi esta palavra por causa do duplo e dúbio significação dela: ‘grato’ e ‘compelido a’. Nas duas acepções é o termo apropriado.

    Agora podemos falar da grandeza e perspicácia de sua análise.

    Você, Borges, Cortazar, todo o Realismo Mágico e eu sabemos que as grandes obras são atratores culturais poderosos. Porque, com a avassaladora divulgação de tudo, as obras excepcionais formam o horizonte de eventos do ‘negocio’ da arte. Qualquer coisa que escrevemos está sobrecarregada de referências culturais, mesmo involuntárias. É muito difícil, talvez impossível, hoje fazer arte sem citar. A referencia é compulsória, explicita ou não. Na Cultura Pop virou homenagem.

    Entretanto este cenário ultra saturado não restringiu o espaço de criação, ao invés disso alargou. Qualquer banda de rock, filme, franquia sabe que para falar alguma coisa nova hoje é preciso citar, referenciar e tentar ir adiante.

    Quero congratular a Vilma Silva por identificar e ressaltar esta mola, este viés dos meus poemas. E pedir permissão para mencionar os poemas sobre os quais ela fala.

    Com base nos pressupostos apontados escrevi um conjunto de poemas ‘Sete Séries de Sete’ que elege alguns quadros, pintores, livros, fábulas, autores e procura dialogar com escolhidos de um jeito novo.

    3 séries são de quadros:
    - Sete Quadros Quânticos
    - Sete Mestres Brasileiros
    - Sete Cores Inventadas

    3 séries são de títulos de livros, sonetos e fábulas clássicas:
    - Sete Fábulas Fauvistas
    - Sete Parcerias Parônimas (sonetos)
    - Sete Títulos Roubados

    1 série homenagea a Divina Comédia.
    - Sete Salvados do Inferno de Dante.

    De novo obrigado Vilma Silva.

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