Entre 1890 e 1950 S. Paulo explodiu. De uma cidade mediana, menor que várias capitais nordestinas, virou a maior metrópole do hemisfério sul. Passou de 130 mil para 2,3 milhões
de habitantes, se multiplicou 18 vezes e se renovou arquitetonicamente.
Lembram da frase ‘S. Paulo não pode parar?’
Nossa urbe era rústica, nunca teve grandes construções coloniais. As poucas
que possuía foram postas abaixo para dar lugar às coisas novas. Sobraram raros exemplos, como a Capela de São Miguel, a Igreja do Carmo e o Mosteiro da Luz. Nossa paisagem urbana é recente, do sáculo XX, os edifícios mais velhos são apenas centenários, quase nenhum sesquicentenário.
Dom Duarte Leopoldo e Silva, o primeiro arcebispo de S.
Paulo, não tinha dúvidas, substituía as velhas capelas coloniais por igrejas
novinhas em folha (Clique: CADÊ NOSSAS CONSTRUÇÕES COLONIAIS). Perdemos para sempre monumentos históricos, mas ganhamos um
incomensurável acervo artístico da transição modernista espalhado pelos nossos
templos. Arte de graça, basta entrar e paulistar.
A Igreja da Consolação, por exemplo, construída em 1909, na beira do Peabiru (a trilha Inca), substituiu a antiga capela e avançou sobre um terreno comprado de D. Viridiana, a omnipresente dama paulistana. Ficava ao lado o Velódromo Paulista, um campo de futebol chique que recebeu a final do primeiro Campeonato Paulista de Futebol.
Dentro dela esta guardado um dos grandes tesouros paulistas, a Capela do Santíssimo (clique) cercada e tomada por silêncios eleitos, sombras doces e vitrais 3D. E melhor, seis belíssimas, imensas e imperdíveis telas de Benedito Calixto, solenes, esperando os visitantes. Em proporção, seria como entrar numa igreja em Burano (Veneza) e encontrar um Tepiolo. Benedito Calixto foi responsável pela consolidação da iconografia brasileira, muito mais que o gerente da feirinha de artes e antiguidades que acontece aos sábados na praça que leva seu nome.
Dentro dela esta guardado um dos grandes tesouros paulistas, a Capela do Santíssimo (clique) cercada e tomada por silêncios eleitos, sombras doces e vitrais 3D. E melhor, seis belíssimas, imensas e imperdíveis telas de Benedito Calixto, solenes, esperando os visitantes. Em proporção, seria como entrar numa igreja em Burano (Veneza) e encontrar um Tepiolo. Benedito Calixto foi responsável pela consolidação da iconografia brasileira, muito mais que o gerente da feirinha de artes e antiguidades que acontece aos sábados na praça que leva seu nome.
Milhares de pessoas todos os dias passam de frente correndo, apressadas, com o espírito se deligando do corpo, feito pipas descabeçadas. Seria bom parar um pouco e reapertar os parafusos da alma – religiosa e artisticamente. Podiam aproveitar e visitar a AUGUSTAÇÃO, a confluência da Augusta com a Consolação, onde acontece muita coisa, cada vez mais.
Sempre que vou pra sampa e saio em minhas "caminhadas urbanas" aproveito das belezas do interior dessa igreja, e é mesmo uma maravilha.
ResponderExcluirSaudade de Sampa!
abraço ribeiraopretano!
Quando vier para Sampa me avise que te levo para conhecer duas especiais, com direito a segredos e mentiras: a Consolação e a Santa Efigênia, com vitrais de Veneza.
ResponderExcluirPuxa, que lembrança bonita. E qual era o nome dele? Gostaria de deixar registrado.
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