quinta-feira, 21 de maio de 2020

27/set/2015 – Coimbra / Portugal – Inês de Castro

Coimbra – 27 / set / 2015

Em Coimbra fui até a Quinta das Lágrimas, queria encontrar a Rainha em ossos coroada.
Podia ser qualquer uma das duas, a ‘linda Inês, posta em sossego’ de Camões ou a ‘linda Inês, nunca em sossego’ de Jorge de Lima.
Não encontrei nenhuma delas, resolvi espera-la na Fonte das Lágrimas que desagua no Mondego e (dizem) nasceu do choro da Rainha executada.
Quando vi seu vulto vislumbrei uma terceira manifestação dela, junto veio um verso: ‘Estavas, ígnea Inês, envolta em chamas’. Fiz minha pergunta.
“- Rainha cambiante que sobreviveu de uma paixão que avançou além da morte. O amor verdadeiro é mais chama ou mais brasa?”
“-As labaredas se apagam e as brasas viram cinza.”
Emudeci refletindo. Ela continuou...
“O verdadeiro amor é o calor que aquece a alma, então o espírito fica pra sempre incandescente.”
Não se surpreendeu a amplitude da resposta, as musas sempre sussurram o impensável.

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