Em Coimbra fui até a Quinta das Lágrimas, queria encontrar a
Rainha em ossos coroada.
Podia ser qualquer uma das duas, a ‘linda Inês, posta em
sossego’ de Camões ou a ‘linda Inês, nunca em sossego’ de Jorge de Lima.
Não encontrei nenhuma delas, resolvi espera-la na Fonte das
Lágrimas que desagua no Mondego e (dizem) nasceu do choro da Rainha executada.
Quando vi seu vulto vislumbrei uma terceira manifestação
dela, junto veio um verso: ‘Estavas, ígnea Inês, envolta em chamas’. Fiz minha
pergunta.
“- Rainha cambiante que sobreviveu de uma paixão que avançou
além da morte. O amor verdadeiro é mais chama ou mais brasa?”
“-As labaredas se apagam e as brasas viram cinza.”
Emudeci refletindo. Ela continuou...
“O verdadeiro amor é o calor que aquece a alma, então o
espírito fica pra sempre incandescente.”
Não se surpreendeu a amplitude da resposta, as musas sempre
sussurram o impensável.
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