Florença / Itália – 29 / ago / 2018
Entrei no ‘Museo Galleria dell'Accademia di Firenze’ com um destino certo, conversar com o David original, aquele tocado por Michelangelo.
Entrei no ‘Museo Galleria dell'Accademia di Firenze’ com um destino certo, conversar com o David original, aquele tocado por Michelangelo.
Encontrei um garoto enorme, de alguns metros de altura,
elegantemente vestindo sua própria pele. Olhava o futuro com serenidade,
curiosidade, confiança e sem pressa.
“– Posso fazer duas perguntas?”
Ele balançou verticalmente a cabeça pétrea, vagarosamente.
“– Nunca temeu o gigante Golias?”
“– Não. O próximo passo é sempre onde o futuro nos trouxe, portanto é
inexorável. Olhar para trás é voltar para procurar erros impossíveis de serem
corrigidos.”
A outra pergunta: por que você fala e suas cópias – já tentei com várias - são
mudas?”
“– Durante o processo de talha eu e meu criador nos emaranhamos quanticamente.
Hoje eu – a pedra – e Michelangelo somos a mesma coisa, como diferentes
emanações do universo compartilhado.
As copias, degradações, são replicações ocas das pretensões humanas. Derivações
de futuros trucados.”
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