Tenho lido sobre as manifestações dos berlinenses contra a destruição do que restou do Muro de Berlim para construir uma condomínio de luxo. Trata-se de salvar a East Side Gallery, pinturas e grafites de artistas do mundo inteiro realizadas quando o absconso paredão ruiu em 1989.
O que corre risco são somente 20 (1,5%), dos 1300 metros preservados, mas a população está irredutível, aliás, como deve ser.
Os berlinenses têm meu apoio, tudo é muito bonito, cada pedaço do que restou é imensamente valioso, como os afrescos renascentistas ou os registros pictográficos egípcios.
Entretanto, se voltarmos uns 20 anos atrás, a queda do muro foi um bênção para Berlim, a área em torno da velha aberração deu um imenso salto de qualidade, mudou o polo e o mapa imobiliário da cidade.
Aqui em São Paulo temos o Minhocão (e o prolongamento dele até a Radial Leste), 3,4 quilômetros de feia cicatriz que marca o rosto da cidade.
Vendo as mega-obras de engenharia nas capitais asiáticas duvido que alguma coisa não possa ser feita. A cidade tem que paulistar, pensar grande, ser mais ousada. Se o problema for equacionado, acredito que teremos um incomensurável boom imobiliário na região.
O ideal seria coordenar a intervenção no Minhocão com o enterramento dos trilhos da CPTM, as rotas de trânsito poderiam ser reprogramadas e o centro da cidade se espalharia, sem entraves, até as margens do Tiete.
Que um dia será despoluído e valorizado.
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