Nós paulistanos vivemos num mundo 'Blade Runner', de ruas dormitórios, edifícios degradados e praças sujas e vilipendiadas.
Por isso aumenta o número de helicópteros na cidade, feito no filme cyberpunk
de Ridley Scott.
Quando olhamos fotos dos anos 40
e depois andamos por aí, constatamos que alguma coisa aconteceu no final dos anos
50 que nos desencaminhou. Então uma pergunta muda ressoa: afinal, para que lado caminha o progresso!?
Observem nas fotos antigas: os
jardins bem cuidados, a arquitetura harmônica, as ruas limpas, as dimensões
pedestres de todas as coisas... Devia ser um prazer paulistar nestas paragens.
Se Ficção Científica é o gênero
que especula e extrapola o futuro, a trágica conclusão é que nossos projetos falharam miseravelmente.
Para os mais românticos têm sempre
o filme de Wood Allen 'Meia-Noite
em Paris'. Porque, quem puder, vai eleger um tempo pretérito ideal para se exilar,
o futuro parece periclitante.
Precisamos urgentemente inventar a Máquina do Tempo e fazer migrações em massa para o passado. Sem a Máquina do Tempo como vamos fazer para estragar, também, os tempos antigos?
Porque melhorar o futuro, já provamos que não estamos conseguindo.
Conhecendo o que sabemos hoje do passado e do presente acredito que não estragaríamos os tempos idos. Logicamente, eis a fatalidade que nós determinamos por nossas escolhas, não daria ingresso aqueles que não guardassem uma práxis de preservação e culto ao belo. Seria um mundo diferente em que os indivíduos, mesmo diferentes entre si, gozassem uma diversidade em plano superior de civilização. Quando e onde se deu essa insidiosa que nos trouxe a tal diferente que vivemos hoje? De que maneira iremos corrigir um "gap" que se alarga em um fosso terrível? Eis a questão.
ResponderExcluirCarlos Gonçalves, um filósofo que gosto de ler é Emil Cioran, um dos gênios romenos, ele estudou as utopias, e dizia que até o Céu e o Inferno eram utopias.
ResponderExcluirNa verdade ‘utopisamos’ tudo, nossa juventude, nossos planos futuros. Wood Aleen, no filme ‘Meia noite em Pais’, brinca com isso, a moça de Entre-Guerras sonhava voltar para a Belle Époque.
É, certamente na utopia é que podemos cada qual formar o seu mundo e nele se refugiar para vencer a dura realidade, mas isso representará apenas um escapismo para fugir do sofrimento, o amargor da obrigatoriedade da convivência, lugar em que avançamos ou estacionamos, nunca regredimos.
ResponderExcluirPois é, Carlos Gonçalves, seu comentário define a utopia, mas Cioran garante que elas são imprescindíveis, não vivemos ser elas.
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