quinta-feira, 21 de março de 2013

PARA QUE LADO É O PASSADO?


Nós paulistanos vivemos num mundo 'Blade Runner', de ruas dormitórios, edifícios degradados e praças sujas e vilipendiadas. Por isso aumenta o número de helicópteros na cidade, feito no filme cyberpunk de Ridley Scott.

Quando olhamos fotos dos anos 40 e depois andamos por aí, constatamos que alguma coisa aconteceu no final dos anos 50 que nos desencaminhou. Então uma pergunta muda ressoa: afinal, para que lado caminha o progresso!?

Observem nas fotos antigas: os jardins bem cuidados, a arquitetura harmônica, as ruas limpas, as dimensões pedestres de todas as coisas... Devia ser um prazer paulistar nestas paragens.

Se Ficção Científica é o gênero que especula e extrapola o futuro, a trágica conclusão é que nossos projetos falharam miseravelmente.

Para os mais românticos têm sempre o filme de Wood Allen 'Meia-Noite em Paris'. Porque, quem puder, vai eleger um tempo pretérito ideal para se exilar, o futuro parece periclitante.

Precisamos urgentemente inventar a Máquina do Tempo e fazer migrações em massa para o passado. Sem a Máquina do Tempo como vamos fazer para estragar, também, os tempos antigos?

Porque melhorar o futuro, já provamos que não estamos conseguindo.

4 comentários:

  1. Conhecendo o que sabemos hoje do passado e do presente acredito que não estragaríamos os tempos idos. Logicamente, eis a fatalidade que nós determinamos por nossas escolhas, não daria ingresso aqueles que não guardassem uma práxis de preservação e culto ao belo. Seria um mundo diferente em que os indivíduos, mesmo diferentes entre si, gozassem uma diversidade em plano superior de civilização. Quando e onde se deu essa insidiosa que nos trouxe a tal diferente que vivemos hoje? De que maneira iremos corrigir um "gap" que se alarga em um fosso terrível? Eis a questão.

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  2. Carlos Gonçalves, um filósofo que gosto de ler é Emil Cioran, um dos gênios romenos, ele estudou as utopias, e dizia que até o Céu e o Inferno eram utopias.
    Na verdade ‘utopisamos’ tudo, nossa juventude, nossos planos futuros. Wood Aleen, no filme ‘Meia noite em Pais’, brinca com isso, a moça de Entre-Guerras sonhava voltar para a Belle Époque.

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  3. É, certamente na utopia é que podemos cada qual formar o seu mundo e nele se refugiar para vencer a dura realidade, mas isso representará apenas um escapismo para fugir do sofrimento, o amargor da obrigatoriedade da convivência, lugar em que avançamos ou estacionamos, nunca regredimos.

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  4. Pois é, Carlos Gonçalves, seu comentário define a utopia, mas Cioran garante que elas são imprescindíveis, não vivemos ser elas.

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