Substantivos de naturalidade terminam em ‘ano’, ‘eno’, ‘ino’, ‘ense’, ‘ês’; feito baiano, chileno, argentino, cearense ou francês; o
sufixo ‘ista’ é diferente, indica quem é excelente na atividade que executa:
pianista, dentista, oculista, esteticista, romancista, coisa de mestre, de artista.
‘Brasileiro’ também é profissão, mas ‘eiro’ se aplica aos grandes e tradicionais ofícios, como pedreiro,
carpinteiro, marinheiro, fazendeiro etc.
Por volta de 1635, quando, pela primeira vez, a palavra 'Paulista' foi registrada e os Paulistas
ganharam fama internacional junto ao Vaticano e ao mundo civilizado, fomos descritos
assim pelos Jesuítas castelhanos: “feras tropas mamelucas,
compostas todas de homens facinorosos, ímpios e tolerados ladrões”.
Contudo, também já nos respeitavam, reconheciam os Paulistas como especialistas em paulistar, ou seja, viver e varar este Brasil, então soturno e rude.
Para comprovar que Paulista é profissão basta observar que qualquer
alemão, pernambucano, português, espanhol ou cearense que chega, depois de
aprender e pegar pratica em viver aqui, esquece sua naturalidade e vira
Paulista.
Somando tudo, acho que progredimos um pouco, de ’facinorosos’
viramos fascinantes.
Eu que sou paulista e paulistana de adoção, concordo com você em gênero, número e grau.
ResponderExcluirPerfeita a sua explicação sobre os sufixos. E realmente Paulista, mais do que um patronímio, é um estado de espírito!
ResponderExcluirNo texto dos jesuítas que menciono, onde o termo foi pela primeira vez registrado, os paulistas eram tratados mais como uma atividade, não como uma nacionalidade. Veja, eram, enfim, portugueses, não eram citados assim.
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