Afinal em Camões o meio e a mensagem se sobrepõem um ao outro, intercambiáveis. O poeta nas suas obras usava, inventava e normatizava o falar do mar português, tudo ao mesmo tempo.
Antes dele o Português era um balburdia, sem léxico nem lógica, sem sintaxe nem prosódia. Cada autor inventava sua própria forma de expressão pessoal, e, quando dois autores coincidiam, era por mero acaso. Afinal não havia um paradigma, um modelo aceito pela comunidade inteira de bocas falantes.
Antes dele o Português era um balburdia, sem léxico nem lógica, sem sintaxe nem prosódia. Cada autor inventava sua própria forma de expressão pessoal, e, quando dois autores coincidiam, era por mero acaso. Afinal não havia um paradigma, um modelo aceito pela comunidade inteira de bocas falantes.
'Nossa pátria é a língua portuguesa', diriam Fernandos Pessoas pluralizados em heterônimos, ou 'Comigo me desavim / sou posto em todo perigo / não posso viver comigo / nem posso fugir de mim.' alertaria Sá de Miranda, em 1481, talvez antecipando as futuras fraturas e agruras do Português.
Camões precisou escrever 8920 versos, 1115 estrofes e emparelhar milhares de rimas para explicar como a língua – de Gonçalves Dias, Bilac, Machado de Assis, Adoniran, Chico, Caetano e cantores de Rap em geral – deveria ser e soar.
Sempre com engenho e arte.
Sempre com engenho e arte.
Quem dera eu pudesse escrever em versos. Quem dera eu pudesse escrever e me fazer entender.Quem dera todas as palavras fossem assertivas.Expressar-se através das palavras é uma das mais difíceis artes.Parabéns Douglas Bock.
ResponderExcluirQue prazer recebe-la, Margareth Tredice, sua palavras enfeitam e valorizam este espaço.
ResponderExcluirCerta vez ouvi de um professor de Português que "se a Literatura Mundial pegasse fogo, mas sobrasse a obra de Camões, a Literatura, ainda assim, continuaria rica."
ResponderExcluirObrigado pela atenção. Com algumas negociações eu concordaria completamente como o seu professor.
ResponderExcluir